quarta-feira, 24 de abril de 2024

Como evitar doenças de outono

 Larissa Roso

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À medida que o calendário vai passando do verão para o inverno, mudam-se as enfermidades mais frequentes no pronto-atendimentos e nas emergências. Gradualmente, diminuem-se os casos de dengue e gastroenterite típicos do período de calor e começam a ser registrados as ocorrências características do frio, observa a clínica médica Larissa Hermann. As oscilações nos termômetros afetam diretamente quem têm problemas respiratórios. 

‒ Facilita ter exacerbações de doenças como rinite, sinusite, asma e bronquite. O doente pode precisar de ajuste de medicação, idas ao médico e, inclusive, internação hospitalar ‒ afirma Larissa. 

Fumantes estão sob risco ainda maior, alerta Gustavo Chatkin, pneumologista do Hospital São Lucas da Pontifícia Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e professor da Escola de Medicina da mesma instituição. 

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Conforme esfria, há uma circulação mais intensa dos vírus respiratórios, como gripe e da covid. O vírus sincicial respiratório comum entre bebês e crianças, tem acometido cada vez mais os idosos, segundo Chatkin. 

‒ Tem mais aglomeração em locais fechados, e isso acaba se tornando muito fácil para a disseminação viral ‒ constata o pneumologista. 

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Alergias 

A umidade é um fator de desestabilizador para o alérgico. O aumento do índice de umidade já faz com que o paciente entre crise, observa Chatkin. Isso significa acordar espirrando e começar a coçar o nariz. O paciente asmático pode começar a tossir mais, ter falta de ar e chiado. 

‒ A umidade aumenta propagação de fungos, e isso, para o alérgico, é muito ruim; A higiene da casa é fundamental. Deve-se tirar mofos e mantê-la sempre limpa ‒ fala Chatkin. 

Previna-se 

► Hidrate-se. Beba água mesmo sem sentir sede. 

► Evite o tabagismo ativo e também o passivo. 

► Vacine-se contra a gripe, a covid e a pneumonia. 

► Siga alimentação balanceada. 

► Mantenha ambientes arejados 

► Limpe tapetes, cortinas e sofás. 

► lave as mãos com frequência. 

► Utilize equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários caso trabalhe em locais poluídos. 

► Tenha álcool gel disponível em casa para os visitantes. 

► Evite locais fechados e com aglomerações. 

► Não se aproxime de pessoas com sintomas gripais. 

► Pratique atividade física regularmente. 

► Proteja a boca e o nariz com o braço ao tossir ou espirrar.


Na saída do cinema

 Lygia Fagundes Telles

Eu fui ao cinema sozinha, como sempre vou, fui ao cinema perto da minha casa, mas a sessão atrasou e acabei vindo muito mais tarde do que eu pensava. E vim meia-noite pela rua da Consolação, que é a rua onde está o edifício onde eu moro, e começaram aquele... Olha o medo, aquele medo físico. Olha o medo: eu posso ser assaltada. Eu me lembro que eu tinha uma bolsinha, minhas bolsas são pequenas, e botei aqui [mostra como colocou a bolsa embaixo do braço]. De repente ouvi uma moto que vinha vindo e que foi travando na sua velocidade. Eu disse: eu estou sendo perseguida. Eu pensei: ai, mas que fim triste, eu aqui com meus pensamentos, que fim triste, levar uma estocada. Eu estava com pouco dinheiro, eu levei o dinheiro apenas para o cinema e estava com a bolsa, nem sei, levei a bolsa, um chiclete, mas estava sem dinheiro. Inclusive eu não podia dar dinheiro, porque estava sem dinheiro, tinha pouquíssimo, e a motocicleta parecia coisa de cinema, fita de terror: aquela motocicleta e eu apressando o passo. Percebi que a motocicleta apressou também. Eu disse: bom, agora é o fim. Quando atravessei a rua Oscar Freire para entrar no quarteirão do prédio onde eu moro, a motocicleta deu uma deslanchada, aí eu corri, corri alucinadamente. É um pedaço curto para chegar no prédio onde eu moro, meia-noite, deserto, ele [o condutor] acelerou junto comigo e quando eu estava subindo a escadaria, achando que ele iria vir por trás para me estocar com a faca, ele gritou: “Lygia Fagundes Telles, eu te amo!”, e foi embora. Eu vi um jovem descabelado, nem usava capacete, eu nunca mais o verei. E aí eu entrei em prantos, entrei em prantos no meu prédio e o porteiro, muito delicado o porteiro da noite: “Aconteceu alguma coisa?” ‒ “Não, não, não aconteceu nada. Eu estou tão feliz”.

Lygia Fagundes da Silva Telles (São Paulo, 19 de abril de 1918 – São Paulo, 3 de abril de 2022), também conhecida como “a dama da literatura brasileira” e “a maior escritora brasileira” enquanto viva, foi uma escritora brasileira, considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX e da história da literatura brasileira. 

Além de advogada, romancista e contista, e, Lygia teve grande representação no pós-modernismo, e suas obras retratavam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Reciprocidade

 

Gente, há uns seis meses, meu vizinho pediu a senha da minha Internet. Eu passei a ele e pensei: “Tranquilo, não custa nada, até porque eu me dou bem com ele.” 

Ontem, eu estava chegando em casa, e ele estava no portão. 

Paramos e conversamos um pouco como sempre, quando ele me disse todo feliz que colocou Netflix. Eu então falei brincando: “ando trabalhando bastante, mal tenho tempo de ver TV, mas legal, depois me empresta a senha, para eu ver umas séries”. 

Então, a esposa dele, que estava sentada na varanda, disse: “Não tem como, porque sou eu quem paga e não é para sair distribuindo por aí não.” 

Reinou um silêncio total... 

Ele, sem graça, pediu desculpas, e eu disse para deixar para lá. Seguimos falando de outros assuntos. E eu entrei na minha casa. 

Logo depois, a esposa do meu vizinho saiu chamando por ele, parecia nervosa, dizendo que o computador não estava funcionando direito. Ele entrou, e eu fiquei ali olhando da janela da minha casa. 

Depois de alguns minutos, ele e a esposa saíram e vieram me chamar, disseram que a  Internet não estava funcionando, que a senha não entrava... 

Virei para eles e disse: “Eu troquei a senha, pois sou eu que pago e não é para sair distribuindo por aí”. A esposa ficou vermelha e tentou argumentar, eu logo disse: “Senhora, vamos fazer assim, eu fico com minha Internet e vocês com a sua Netflix e tudo fica numa boa e ninguém se aborrece.” 

Eles entraram de cara feia, bateram o portão e nunca mais falaram comigo!

A história não é minha, mas é para refletir! 

► Amizade tem que ser recíproca.

► Amor tem que ser recíproco.

► Afeto tem que ser recíproco,

► Favores têm que ser recíprocos.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Vale do Paraíba

Na prova final (2003) do Colégio Objetivo, um aluno do último ano teve uma brilhante resposta para seguinte questão:

Faça uma análise sobre a importância do Vale do Paraíba?

“O Vale do Paraíba é de suma importância, pois não podemos discriminar esses importantes cidadãos. Já que existem o vale-transporte e o vale do idoso, por que não existir também o Vale do Paraíba?! Além disso, sabemos que os paraíbas, de um modo geral, trabalham em obras ou portarias de edifícios e ganham pouco. Então, o dinheiro que entra no meio do mês ‒ que é o vale ‒ é muito importante para ele equilibrar sua economia familiar.” 

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PS: O Vale do Paraíba é um acidente geográfico natural que abrange as regiões: Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, no estado de São Paulo e Região Sul Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, que se destaca por concentrar uma parcela considerável do PIB do Brasil. Wikipédia. 

Como disfarçar a solidão no recreio

 Por Claudia Nina

Ninguém nunca imaginaria o quanto ela se sentia sozinha naquele pátio gigante. Nem o quanto era difícil fazer amizade com quem morava antes do túnel e tinha outros assuntos. O que tinha para contar não parecia interessante, porque nunca estava em grupo, especialmente quando estiver em grupo era crucial: na hora do recreio. Espalhava-se pelo pátio de cabeça baixa para nenhum olhar perceber que ela estava deslocada do bando, como um pássaro que machuca a asa. 

Se isso acontecia, de crisparem os olhares, ela tremia de medo, pois logo o abandono seria descoberto. Ela queria passar a imagem de que estava muito bem sozinha, era uma escolha. 

Até que, de tanto andar de cabeça baixa, ganhou uma dor no pescoço que virou crônica. Então percebeu que não poderia mais andar de olho nas minhocas e era tempo de inventar outra estratégia. Teve uma ideia. 

Como a fila da cantina era sempre grande, decidiu que todos os dias ficaria ali, cravada até que o tão esperado sinal tocasse e ela não precisaria mais disfarçar a solidão. Todo o dia o lanche era o mesmo porque a cantina da escola era cara: pão quente (com manteiga derretida) e água. Ela adorava aquele pão. 

Se por acaso a fila andasse rápido, fingia que não tinha decidido ainda o que ia querer, e isso aumentava alguns décimos de segundo o tempo da compra. O tempo restante ela comia em pé mesmo, andando de volta para a sala. Se ela se sentasse em um banco para comer sozinha no recreio, aí estaria para sempre marcada como “a garota esquisita sozinha no recreio”. 

Um dia foi um pouco diferente. 

Quando estava no caminho de volta para a sala, uma garota que morava antes do túnel e era daquelas cheias de amigas falantes e sorridentes, chegou perto dela e disse: 

– Você fica muito bem de cabelo preso. Aparece mais seu rosto, que é lindo. 

Disse isso e foi embora, juntou-se ao grupo falante e sorridente. 

O que a garota não sabia era que aquele elogio tinha sido o ponto de uma curva para cima. Ela não tinha um grupo e provavelmente continuaria por um bom tempo disfarçando a solidão no recreio. Mas aprendeu que ficava bem de cabelo preso, com o penteado que tinha feito em casa. Isso não era pouco. 

(Publicado na Seleções, em 23.05.2021)


Pão com manteiga

 

Conta a história de um casal que tomava café da manhã no dia de suas bodas de prata. A mulher passou a manteiga na casca do pão e o entregou para o marido, ficando com o miolo. 

Ela pensou: “Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o meu marido e, por 25 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satisfazer meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez na vida.” 

Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele lhe disse: “Muito obrigado por este presente, meu amor... Durante 25 anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!” 

Moral da história: 

1. Você precisa dizer claramente o que deseja, não espere que o outro adivinhe... 

2. Você pode pensar que está fazendo o melhor para o outro, mas o outro pode estar esperando outra coisa de você... 

3. Deixe-o falar, peça-o para falar e quando não entender, não traduza sozinho. Peça que ele se explique melhor. 

4. Esse texto pode ser aplicado não só para relacionamento entre casais, mas também para pais/filhos, amigos e mesmo no trabalho. 

PS: Tão simples como um pão com manteiga! 

Autor desconhecido

domingo, 21 de abril de 2024

Ela não trabalha, é dona de casa.

 

Conversa entre um marido (M) e um psicólogo (P)... 

P: O que faz para ganhar a vida, senhor Rogers?

M: Trabalho num banco. 

P: E sua esposa?

M: Ela não trabalha, é dona de casa. 

P: Quem faz o café da manhã para sua família?

M: A minha esposa, porque ela não trabalha. 

P: A que horas acorda a sua mulher?

M: Ela acorda bem cedo, pois precisa se organizar. Faz o almoço para as crianças, se assegura que estejam bem vestidos e penteados, que escovaram os dentes, quando o bebê acorda, ela troca as fraldas e roupas, o amamenta e prepara todas as refeições. 

P: Como é que os seus filhos vão para a escola?

M: Minha esposa os leva, porque ela não trabalha. 

P: Depois de levar os seus filhos para a escola, o que é que ela faz?

M: Geralmente, ela demora, porque aproveita para pagar as contas ou ir ao supermercado. Às vezes se esquece de algo e tem que sair de novo. Em casa tem de alimentar o bebê e novamente, trocar a fralda e deitá-lo a dormir, arrumar a cozinha e depois vai lavar a roupa e limpar a casa, porque ela não trabalha. 

P: À noite, depois de voltar para casa do escritório, o que faz o senhor?

M: Descanso, é claro. Bem, estou cansado depois de trabalhar o dia todo no banco. 

P: O que a sua esposa faz à noite?

M: Prepara o jantar, cuida dos meus filhos e de mim, lava a louça, arruma mais uma vez a casa, cuida do cachorro, depois ajuda as crianças com suas tarefas, os prepara para dormir e se preocupa que o bebê esteja com suas fraldas limpas, dá o leite quente, verifica se escovaram os dentes. Uma vez na cama, acorda com frequência para continuar a amamentar e possivelmente trocar a fralda se necessário enquanto descansamos. Ela não tem que se levantar para ir trabalhar. 

Esta é a rotina diária de muitas mulheres em todo o mundo, começa pela manhã e continua até altas horas da noite... isso é chamado de “não trabalhar?” Uma dona de casa não tem diplomas, mas tem um papel fundamental na vida familiar. Aproveita e agradece à tua esposa, mãe, avó, tia, irmã, filha... Porque o seu sacrifício não tem preço. 

Questionada a mulher respondeu: 

Trabalho em casa as 24 horas do dia... Sou mulher, mãe, filha, sou o despertador, a cozinheira, a empregada doméstica, a professora, a ama, a enfermeira, motorista, agente de segurança, consultora... 

Não tenho férias, não tiro licença por doença, não tenho dia de folga trabalho dia e noite, estou de plantão o tempo todo, não recebo salário e... Ainda assim, muitas vezes ouço a frase: ‒ Mas o que você faz o dia todo? 

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Dedicado a todas as mulheres que dão suas vidas pelo bem estar de suas famílias. 

A mulher é como o sal: sua presença nunca é lembrado, mas sua ausência faz com que tudo saia sem sabor. 

Autora: Ryshell Castleberry