Seguia
um leão seu caminho,
Por
entre a cerrada mata,
Quando
sentiu que um espinho
Se
lhe enfiara pela pata.
Por
perto um tenente passa
De
uma inglesa expedição;
Pede-lhe
a fera que faça
Daquele
espinho a extração.
‒
Com prazer! Diz-lhe o tenente
E,
com o máximo carinho,
Tomando-lhe
a pata doente
Extrai,
cuidadoso, o espinho.
Inda
bem que o fez; perdida
Não
foi sua boa ação,
Pois
que a fera, comovida,
Quis
mostrar-lhe gratidão.
E,
‒ bravo! (diz-lhe) com que arte
Me
aplacaste o sofrimento!
Uma
prova apraz-me dar-te
Do
meu reconhecimento.
‒
Que queres? Ser promovido?
‒
É essa a minha ambição.
‒
Pois farei nesse sentido
O
que esteja em minha mão.
Assim
falou; e, inda nesta
Mesma
noite, a fera honrada,
Ao
regressar à floresta,
Cumprira
a palavra dada:
E
disse ao tenente: ‒ Amigo,
Tens
segura a promoção!
‒
Que me diz?! ‒ É o que te digo.
Já
comi o capitão...
Bastos Tigre em Recitália,
Editora Minerva Ltda, Rio de Janeiro.
Nossa! Que legal encontrar este texto, li na quarta séria quando tinha 11 anos.
ResponderExcluirMuito legal, nunca o esqueci.
Que bom, amigo Gil, que te fiz voltar a um bom momento da tua infância. Obrigado pelo comentário.
ExcluirNilo da Silva Moraes
Meu Deus, não acredito que achei o texto! Li na escola na minha infância!
ResponderExcluirQue bom, Tatiane, fico muito feliz que tenhas encontrado algo que foi muito prazeroso em tua infância.
ExcluirAcabei de ler o título deste poema num livro sobre RPG, e ao expor uma entrevista, o entrevistado cita esse livro. Ele era jovem, e o livro é dos anos 90, então é das antigas mesmo.
ResponderExcluirAdoro esse texto! Me abriu as portas e a mente para uma compreensão textual bem mais elaborada, afinal, a estrutura aplicada, foge da mesmice. Detalhe: eu tinha 11 anos, na antiga 6a série. O nome do livro era Português Dinâmico, salvo engano
ResponderExcluirEu descobri esse texto num almanaque antigo, do poeta e publicitário Bastos Tigre, autor da quela antiga quadrinha de bondes:
ResponderExcluirVeja, ilustre passageiro,
o belo tipo faceiro
que o senhor tem a seu lado.
E, no entanto, acredite,
quase morreu de bronquite.
Salvou-o o Rhum Creosotado!
Nossa!!! Minha linda 4 série, quantas saudades!! Maravilhosos livros de comunicação e expressão.
ResponderExcluirLi este livro na minha infância há quase 40 anos atrás e até hoje sabia a leitura de cór.e não entendia muito o contexto da lição quando dizia:Já comi o capitão.hj sou militar e entendo o porquê da promoção.
ResponderExcluirLer é recordar o passado.
Bons tempos,que não volta mais.
Obrigado pelo comentário, amigo Valter Ferreira.
ResponderExcluirOlá! faz tanto tempo...acho que li este texto em Seleções Reader´s Digest nos anos 50, não esqueci até hoje aos 80 anos de idade, impressionante.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, amigo Rinaldo Miranda, neste tempo difícil que estamos vivendo, ler e recordar faz muito bem para a alma.
ResponderExcluirEsta narrativa me transporta ao meu tempo de criança quando li pela primeira vez. Ainda hoje quando me deito fico recitando estes versos, pois os memorizei e cada vez que eu recito me transporto para o passado e me sinto como se fizesse parte da história. Parabéns para o autor.
ResponderExcluirO grande poeta e publicitário pernambucano Bastos Tigre.
ExcluirQue legal. Li esse texto na quarta série e até hoje sei de cor.
ResponderExcluirDecorei e recitei na minha infância. Saudades!!! Tenho até hoje na mente.
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