sábado, 12 de abril de 2014

A balsa de Medusa


Na História da Humanidade,
encontramos acontecimentos que nos levam a profundas reflexões.


A metáfora

Em 1816, uma fragata francesa encalhou próximo à costa do Marrocos. Não havia número suficiente de botes salva-vidas. Os restos do navio foram a única balsa que manteve 149 pessoas vivas. A tempestade os arrastou ao mar aberto por mais de 27 dias sem rumo. A dramática experiência dos sobrevivientes impressionou a um artista. Gericault realizou um estudo substancial dos detalhes para produzir esta pintura. Ele entrevistou os sobreviventes, os enfermos e inclusive viu os mortos. Horrorizado, reproduziu a íntima realidade humana nesta situação. “A Balsa de Medusa”, de Theodore Gericault (1791-1824) é a pintura de um acontecimento que comoveu a França. O naufrágio do navio “A Medusa” (2 de julho de 1816), trouxe repercussão que tocou o mais profundo da alma humana. Se você observar com atenção poderá ver que não há nenhum navio para resgatá-los. No entanto, há um grupo decidido a usar suas últimas forças para salvar a toda a tripulação. A Balsa é como o Planeta Terra, os tripulantes são a Humanidade e as atitudes que cada um toma diante da vida. “Esperança é decidir pela vitória em cada circunstância que a vida nos coloca.”

 O fato

No verão de 1816, uma fragata francesa, MEDUSA, naufragou na costa da África, quando levava soldados e colonos para o Senegal, então colônia francesa. O incompetente capitão era um aristocrata que obtivera sua posição por meio de influências políticas. Quando o navio afundou, ele entrou num dos poucos botes salva-vidas, deixando os passageiros, que considerava seus inferiores sociais, abandonados à própria sorte. Os 149 homens e uma mulher construíram uma jangada improvisada e ficaram à deriva no mar por 13 dias. Apenas 15 sobreviveram nessas terríveis circunstâncias, e relataram-se casos de canibalismo e loucura. Outros 5 morreram após chegarem em terra.

Este quadro de Géricault é de 1818/19 e foi pioneiro ao trazer para a arte a polêmica área do protesto político. Ele apresenta, em escala heroica o momento em que os sobreviventes de um navio naufragado veem as velas da nave que irá salvá-los. Esses tripulantes haviam sido abandonados pelo capitão e sua história escandalizou a nação francesa. O fato foi visto como uma metáfora da corrupção na França após a queda de Napoleão. Buscando autenticidade Géricault visitou um hospital local, o Hôpital Beaujon, para fazer estudos detalhados dos doentes e moribundos. Chegou até a levar uma cabeça decepada e pedaços de corpos do necrotério para o seu estúdio.


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