E todos juntos, bem unidos,
agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele forte
inverno. Porém,
os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos,
justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, e
afastaram-se feridos, magoados, por não suportarem mais tempo os espinhos dos
seus companheiros. Doíam
muito... Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo
começaram a morrer congelados, os que não morreram voltaram a se aproximar,
pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual
conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para
conviver, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram...
É fácil trocar palavras, difícil é
interpretar os silêncios!
É
fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!
É
fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É
fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor!
É
fácil sentir o amor, difícil é conter sua torrente!
Que possamos nos aproximar uns dos
outros com amor e serenidade de tal forma que nossos espinhos não firam as
pessoas que mais amamos tanto
no trabalho, na
escola, na
igreja, em
casa ou na rua (... e na família).
Antônio Carlos Caio Viegas
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