Era elegante a sala, e quente e
confortada.
À mesa, junto à luz, estava a
mãe sentada.
Cosia. Mais além, um casal de
crianças,
Risonhas e gentis como umas
esperanças,
Olhavam juntamente um livro de
gravuras,
Inclinando sobre ele as
cabecinhas puras.
Num gabinete, além, que
entreaberto se via,
Um homem – era o pai, – calmo e
grave, escrevia.
Enfim uma velhinha. Estava
agora só
Porque estava rezando. Era,
decerto, a avó.
E em tudo aquilo havia uma paz,
um conforto...
Oh! a família! o lar! o
bonançoso porto
No tormentoso mar. Abrigo,
amor, carinho.
O moço esteve a olhar. E voltou
do caminho.
Lúcio de Mendonça
(1854 – 1909) poeta, romancista e publicista brasileiro. Como poeta, dentro do
Parnasianismo, escreveu: Vergastas e Névoas Matutinas.
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