Monteiro
Lobato
Como os pavões andassem em época de muda, uma gralha teve a ideia de
aproveitar as penas caídas.
Enfeito-me com estas penas
e viro pavão!
Disse e fez. Ornamentou-se com as lindas penas de olhos azuis e saiu
pavoneando por ali afora, rumo ao terreiro das gralhas, na certeza de produzir
um maravilhoso efeito.
Mas o triunfo lhe saiu às
avessas. As gralhas perceberam o embuste, riram-se dela e enxotaram-na à força
de bicadas.
Corrida assim dali, dirigiu-se
ao terreiro dos pavões pensando lá consigo:
- Fui tola. Desde que tenho penas de pavão, pavão sou
e só entre pavões poderei viver.
Mau cálculo. No terreiro dos
pavões coisa igual lhe aconteceu. Os pavões de verdade reconheceram o pavão de
mentira e também a correram de lá sem dó.
E a pobre tola, bicada. e esfolada, ficou sozinha no mundo. Deixou de
ser gralha e não chegou a ser pavão, conseguindo apenas o ódio de umas e o
desprezo de outros.
Amigos: lé com lé, cré com cré.
- Fui tola. Desde que tenho penas de pavão, pavão sou
e só entre pavões poderei viver.
Mau cálculo. No terreiro dos
pavões coisa igual lhe aconteceu. Os pavões de verdade reconheceram o pavão de
mentira e também a correram de lá sem dó.
E a pobre tola, bicada. e esfolada, ficou sozinha no mundo. Deixou de
ser gralha e não chegou a ser pavão, conseguindo apenas o ódio de umas e o
desprezo de outros.
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