Antônio Maria por Loredano
“Ninguém me Ama” foi a primeira
música de Antônio Maria a aparecer num filme. Foi cantada por Nora Ney em Carnaval Atlântida ,
realizado no final de 1952 com músicas para o Carnaval de 1953. Assinado por
José Carlos Burle, o filme teve os números musicais dirigidos por Carlos Manga.
“Ninguém me Ama” aparecia numa das principais sequências do filme, o sonho do
Conde Verdura (José Lewgoy).
O sucesso de “Ninguém me Ama” foi
enorme. Ficou como único ponto de discórdia entre Antônio Maria e Ari Barroso.
Maria provocava o amigo dizendo que, em vários países da Europa em que estivera,
não escutara uma só vez “Aquarela do Brasil”:
- Ouvi, sim, “Ninguém me Ama”. Em todo lugar que eu
entrava, estava tocando “Ninguém me Ama”.
Tempos depois, na cantina Sorrento,
Ari perguntou a Antônio Maria:
- Qual é a minha música mais famosa?
- Acho que é “Aquarela do Brasil”.
- Então, canta “Aquarela do Brasil”.
Antônio Maria, meio sem graça,
cantou. Ari:
- Agora, me diga qual a sua música mais famosa.
- “Ninguém me Ama”.
- Então, me pede pra cantar “Ninguém me Ama”.
Antônio Maria, já meio desconfiado desse
papo todo, pediu:
- Ari, canta “Ninguém me Ama”.
E Ari gritou pra todo a cantina
ouvir:
- NÃO SEI!
Mais tarde, criou-se uma versão do
caso da cantina Sorrento, em que o episódio teria acontecido quando Ari estava
acamado, pouco antes de falecer. Sérgio Cabral, em No Tempo de Ari
Barroso, assegura que essa versão é falsa.
A grande implicância de Ari com
“Ninguém me Ama” é que ele considerava a música o símbolo do samba abolerado ou
sambolero.
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