sábado, 19 de abril de 2014

A professora de Teddy



Relata a Senhora Thompson que, no seu primeiro dia de aula, parou em frente dos seus alunos da 5ª série primária e, como todos os demais professores, disse-lhes que gostava de todos por igual. No entanto, ela sabia que isso era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um pequeno garoto chamado Teddy.

A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal. Houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.

Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações feitas em cada ano. A senhora Thompson deixou a ficha de Teddy por último, mas quando leu, foi grande a sua surpresa. A professora do 1° ano escolar de Teddy havia anotado o seguinte: Teddy é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.”

A professora do 2° ano escreveu:

Teddy é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe, que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.”

Da professora do 3° ano constava a anotação seguinte:

 “A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Teddy. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.

A professora do 4° ano escreveu:

Teddy anda muito distraído e não mostra interesse algum pelo estudo. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.”

A Senhora Thompson se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada. Sentiu-se ainda pior quando se lembrou dos presentes de Natal que os alunos lhe haviam dado, envoltos em papéis coloridos, exceto o de Teddy, que estava enrolado num papel marrom de supermercado. Lembra-se que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade. Apesar das piadas, ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão. Naquele dia, Teddy ficou um pouco mais tempo na escola do que o de costume. Lembrou-se, ainda, que Teddy disse-lhe que ela estava cheirosa como sua mãe. Naquele dia, depois que todos se foram, a professora Thompson chorou por longo tempo... Em seguida, decidiu-se mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Teddy.

Com o passar do tempo, ela notou que o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo, Teddy saiu-se como o melhor da classe. Um ano mais tarde, a senhora Thompson recebeu uma notícia em que Teddy lhe dizia que ela era a melhor professora que teve na vida. Seis anos depois, recebeu outra carta de Teddy contando que havia concluído o segundo grau e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera.

As notícias se repetiam até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Theodore Stoddart, seu antigo aluno, mais conhecido como “Teddy”. Um dia a senhora Thompson recebeu outra carta, em que Teddy a convidava para seu casamento e noticiava a morte de seu pai. Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de Teddy anos antes, e também o perfume. Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo, e Teddy disse ao seu ouvido:

Obrigado por ter acreditado em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença.

Mas ela, com os olhos lacrimejantes, murmurou baixinho:

Você está enganado. Foi você que me ensinou que eu podia fazer a diferença, afinal eu não sabia ensinar, até que o conheci.

(Autor desconhecido)

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