Apparício Torelly, o posteriormente
famoso Barão de Itararé título autoconcedido em homenagem à maior batalha da
Revolução de 30, que acabou não acontecendo - cursou durante anos a Faculdade
de Medicina. Como não estudava, repetiu o ano várias vezes, não conseguindo
concluir o curso.
Nas provas orais, diante de professores cansados de propor questões de cuja resposta Aporely, geralmente, sequer desconfiava, aconteceram pequenas maravilhas. O catedrático, farto, puxou um osso de dentro da gaveta e apontou-o para Aporely:
- O senhor sabe o que é isto?- Não senhor.- Então deixe que lhe apresente: é um fêmur.
Aporely levantou-se e,
segurando solenemente o osso pela outra ponta:
- Muito prazer.
A outro mestre, cansado, que fazia última pergunta, bem fácil, para vê-lo acertar pelo menos uma:
- Seu Torelly, quantos rins nós temos?
- Quatro, professor.- Quatro?!- Sim. Os seus mais os meus.
Durante um exame, a questão versava
sobre os produtos naturais em que o carvão estava presente – desde o
"carbono natural" ao "negro animal"; o inquiridor,
brincando, fez um trocadilho, ao flexionar significativamente as palavras:
- Me dá um exemplo de carvão, bruto!
Aporely respondeu a pergunta corretamente,
mas também não deixou de sugerir a pausa vocativa:
- Negro, animal!
Em outra oportunidade, a sala estava repleta, com várias bancas examinando simultaneamente. Entrou um servente e perguntou aos professores se desejavam alguma coisa. O que questionava Aporely disse, em alto e bom som, gozando o aluno que nada sabia:
- Traga um fardo de alfafa.
O bedel já
ia saindo, sua mão
girando o trinco da porta, quando Aporely levantou o indicador e gritou:
- ...E, para mim, um cafezinho.
(Do livro “O Anedotário da Rua da
Praia”,
de Renato Maciel de Sá Jr.)
de Renato Maciel de Sá Jr.)
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