Carnaval por Liberati
De onde vem a palavra carnaval
Uma das versões mais aceitas para
a origem do termo carnaval está no Dicionário de Frei Domingos Vieira. A
palavra carnaval vem do italiano carne e vale. O dialeto milanês tem carnelevale,
de baixo latim. Carnelevamen de carne e levamen ação de tirar, assim, tempo em
que se tira o uso da carne, pois o carnaval é propriamente a noite antes da
Quarta-feira de Cinzas.
Origem do Confete
Na Roma Antiga, os lupercos,
sacerdotes de Pã, saíam no dia 15 de fevereiro só com sangue de cabra sobre o
corpo, perseguindo as pessoas nas ruas. No Brasil, os portugueses faziam uma
guerra de baldes de água e lixo que chamavam de "entrudo", sem dança
ou música. No começo do século passado, o molha-molha foi substituído por
confetes, serpentinas e lança-perfume.
Lança-Perfume
Você sabia que o lança-perfume foi a
grande invenção do carnaval brasileiro? Surgiu em1906 no Rio de Janeiro e logo
se espalhou de norte a sul do país. Era fabricado na Suíça pela Rodo, e
produzido em garrafinhas de vidro que provocavam grande número de acidentes. Em
1927 a
Rodo lançou o produto em embalagens metálicas douradas, que eram
comercializadas com a marca
Rodouro. Está na sua memória? Esta era a propaganda:
Um perfume suave eu espalho
Sou distinto, perfeito e não falho
Sou metal e no chão não estouro,
Sou o lança-perfume Rodouro.
Sou distinto, perfeito e não falho
Sou metal e no chão não estouro,
Sou o lança-perfume Rodouro.
E nos salões se cantava:
Me dá um Cheirinho
Sebastião Lopes
Me dá um lenço Mandarim
Bote um pouquinho deste cheirinho
para mim.
Boto, bote, bote mais um
bocadinho
Com esse cheiro eu vou pro céu
devagarinho.
O delegado não quer que se cheire
isto não
Pode haver confusão no salão,
Mas bote, bote..., bote mais um
bocadinho
Para alegrar o coração de um
folião!
A fabricação, o comércio e o uso
do lança-perfume foram proibidos em solo nacional através do Decreto-Lei nº.
51.211, de 18 de agosto de 1961, durante o governo do Presidente Jânio Quadros.
Blocos
O primeiro bloco que se tem notícia
foi criado pelo sapateiro José Nogueira Paredes, em 1848, no Rio de Janeiro,
quando ele saiu batendo o bumbo na horizontal, hoje o surdo, convidando
"quem quiser venha atrás". Nesta época, os blocos eram formados
apenas por homens.
Cordões
Em 1886 os jornais chamaram de
cordões os grupos de foliões mascarados e provocadores, que eram puxados por um
mestre com apito o qual comandava tambores, cuícas e reco-recos, dando origem
ao termo.
Corso
A moda do corso foi lançada em 1907,
quando o carro das filhas do Presidente da República Afonso Pena percorreu a
Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, antes de lavá-las
para o prédio onde iam assistir à folia.
Escola de Samba
O nome nasceu em 1928, no bairro do
Estácio, Rio de Janeiro, numa roda de amigos, entre os quais estava o
compositor Ismael Silva, que vivia cansado da fama de que sambista é malandro.
Enquanto conversava, ele olhou para a Escola Normal e teve a idéia de criar um
grupo pacífico para mostrar a arte que tinha e desta idéia surgiu o nome Escola
de Samba. Para esquentar o desafio entre batucadas, José Gomes da Costa, Zé Espinguela
da Mangueira, resolveu promover uma competição entre os compositores de algumas
escolas, em 1929.
Nos
anos 30, os puxadores entoavam um refrão de 4 linhas e os versadores
improvisavam depois o resto do samba-enredo. Nesta época, as escolas eram
protegidas por cordas seguradas por homens vestidos de baiana e que usavam
canivetes amarrados nos tornozelos. Curioso, não é?
Assim
começou a história de tantas Escolas de Samba que hoje brilham no Carnaval.
Grandes Sociedades
Estas eram associações de jovens da
classe alta que saíam em enormes carros alegóricos, geralmente com mensagens
políticas. A primeira grande sociedade foi Congresso das Sumidades
Carnavalescas, criada em 1855, por profissionais liberais e saudade pelo
escritor José de Alencar.
Ala das Baianas
A ala de baianas na década de 30 era formada, quase exclusivamente, por homens que saiam nas laterais, das escolas, portando navalhas presas às pernas para defenderem as agremiações em caso de brigas.
Foi na gestão de Roberto Paulino,
biênio 60/62, na Mangueira, que foi criada a Ala das Baianas com as
características atuais, com 125 baianas coordenadas por Dona Neuma. No desfile
das campeãs em 1970, quando o Presidente era Juvenal Lopes, a mais famosa
baiana da Mangueira Nair Pequena morreu em plena avenida, quando a escola
cantava o samba de enredo Um Cântico a Natureza.
Figuras carnavalescas
Colombina -
Como Pierrô e Arlequim, é um personagem da Comédia Italiana, uma companhia de
atores que se instalou na França entre os séculos XVI e XVIII para difundir a
Commedia dell'Arte, forma teatral original com tipos regionais e textos
improvisados.
Arlequim - Rival de Pierrô pelo amor de Colombina, usava traje feito a partir de retalhos triangulares de várias cores. Representa o palhaço, o farsante, o cômico.
Pierrô -
Personagem sentimental tem como uma de suas principais características a
ingenuidade.
Momo -
Personagem que personifica o carnaval brasileiro. Sua figura foi inspirada no
bufo, ator de proveniência portuguesa que representava pequenas comédias
teatrais que tanto divertiam os nobres.
Máscaras
e fantasias
Em 1834, o gosto pelas máscaras se
acentuou no país. De procedência francesa, eram confeccionadas em cera muito
fina ou em papelão, simulando caras de animais, caretas, entre outros. As
fantasias apareceram logo após o surgimento das máscaras, dando mais vida,
charme e colorido ao carnaval, tanto nos salões quanto nas ruas.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
A função do Mestre-Sala é cortejar e
apresentar a Porta-Bandeira assim como proteger e exibir, orgulhoso, o pavilhão
da escola. Enquanto isso, cabe à Porta-Bandeira conduzir e apresentar o
pavilhão, desfraldando-o em gestos graciosos e reverenciosos.
O casal de Mestre-Sala e
Porta-Bandeira não sambam, eles levam com graça e leveza a bandeira, fazem
passos marcados, rodopiam, e tem gestos elegantes e desenvoltos. A
Porta-Bandeira ganha pontos com sua leveza, sua graça e sua atitude altiva e
nobre.
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