(1863 – 1946)
Catulo foi um homem que viveu
cercado do louvor dos grandes e da estima dos humildes.
Quantas vezes eu o vi saudado
nas ruas pelas glórias acadêmicas e pelo servente ou contínuo que o ouvira ao
rádio, na véspera, com olhos úmidos de encanto!
É que ninguém, talvez, como ele
sentira o rumor inspirado da terra.
(Murilo Araújo, no livro Ontem
ao luar)
Caboca di Caxangá
Laurindo
Punga, Chico Dunga, Zé Vicente
Essa gente tão valente
Do sertão de Jatobá
E o danado do afamado Zeca Lima
Tudo chora numa prima
E tudo quer te traquejá
Caboca di Caxangá
Minha caboca, vem cá
Queria ver se essa gente também sente
Tanto amor como eu senti
Quando eu te viem
Cariri
Atravessava um regato no Patau
E escutava lá no mato
O canto triste do urutau
Caboca, demônio mau
Sou triste como o urutau
Há muito tempo lá nas moita da taquara
Junto ao monte das crivara
Eu não te vejo tu passá
Todo os dia iate a beca da noite
Eu te canto uma toada
Lá debaixo do indaiá
Vem cá, caboca, vem cá
Rainha di Caxangá
Na noite santa do Natal na encruzilhada
Eu te esperei e descontei
Inté o romper da manhã
Quando eu saia do arfará o sol nascia
E lá na vota já se ouvia
Pipiando a acauã
Caboca, toda a manhã
Som triste de acauã
Essa gente tão valente
Do sertão de Jatobá
E o danado do afamado Zeca Lima
Tudo chora numa prima
E tudo quer te traquejá
Caboca di Caxangá
Minha caboca, vem cá
Queria ver se essa gente também sente
Tanto amor como eu senti
Quando eu te vi
Atravessava
E escutava lá no mato
O canto triste do urutau
Caboca, demônio mau
Sou triste como o urutau
Há muito tempo lá nas moita da taquara
Junto ao monte das crivara
Eu não te vejo tu passá
Todo os dia iate a beca da noite
Eu te canto uma toada
Lá debaixo do indaiá
Vem cá, caboca, vem cá
Rainha di Caxangá
Na noite santa do Natal na encruzilhada
Eu te esperei e descontei
Inté o romper da manhã
Quando eu saia do arfará o sol nascia
E lá na vota já se ouvia
Pipiando a acauã
Caboca, toda a manhã
Som triste de acauã
Luar do Sertão
Não
há, oh gente
Oh que saudadeoh não, Luar Como esse do sertão. Do luar da minha terra Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão. Este luar cá da cidade Tão escuro Não tem aquela saudade. Do luar lá do sertão. Não há, oh gente... Se a lua nasce Por detrás da verde mata Mais parece um sol de prata Prateando a solidão E a gente pega Na viola que ponteia E a canção É a lua cheia A nos nascer do coração. Não há, oh gente... Coisa mais bela Neste mundo não existe Do que se ouvir um galo triste No sertão, se faz luar Parece até que a alma da lua É que descanta Escondida na garganta Desse galo a soluçar. Não há, oh gente... Ah, quem me dera Que eu morrese lá na serra Abraçado à minha terra E dormindo de uma vez. Ser enterrado Numa grota pequenina Onde à tarde a sururina Chora a sua viuvez. Não há, oh gente.... |
Catulo
da Paixão Cearense deve ser apenas o autor da letra. A melodia seria de João
Pernambuco, ou mais provavelmente de um anônimo, tratando assim de um tema
folclórico. Luar do Sertão foi o prefixo musical da Rádio Nacional do
Rio de Janeiro.
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