Importante bilhete que meu tio me deixou, antes de
morrer,
esclarecendo um caso que esteve envolvido como
testemunha.
Sou obrigado a relatar o
que aconteceu, com objetividade e sem grandes preocupações literárias, visto
que este é o último papel que me resta e, além disso, a fita da máquina está
demasiadamente gasta e temo que para o final da história muitas letras estejam
imperceptíveis, podendo resultar, para quem lê, numa interpretação incorreta
dos fatos, prejudicando não só as pessoas que, de uma maneira ou de outra,
estiveram envolvidas num caso repugnante e altamente escandaloso e cujos nomes
mencionarei sem dúvida alguma assim que for chegado o momento. O terrível
incidente em questão, além de macular o nome de duas grandes famílias, distorce
a imagem do país no estrangeiro e envergonha a raça humana. A necessidade de
contar tudo de maneira correta é aumentada agora pelo fato de minha sobrinha
ter fechado os meus óculos à chave, e o natural cansaço dos meus olhos faz com
que az litras danzem, o que poderá ter como consequência as palivras ficarem
com latras traçadas, e qualquer truca de um nome poderá não só ilobar o cukpado
como incrumynar om onicente.
Retas difer que suo o ínico
pestemunha que koja msmoseghirei pêra o canyte poque n’o qiero omu nme ecolvido
nets escavdio. Vou cojtra tudo com onetidade e onetidade polque o ppel está
acabando: Ama Res desmofaba do cavalo, para beber aqgaú, seu pymt netysui e
seus jetys priugdi, estavam escoj dioheh nsty nety, e seguidamente difama memsm
covrdemente, atacaram pelas costradas terba sdnet asdiru dijah osd.
Psiinnd b bsuiftzz ççsm hdh
oi crime çah no foi.
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(Texto de Raul
Solnado, humorista português)
1929 - 2009)
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