Presença de espírito e sutileza transformam injúrias
cabeludas
em tiradas memoráveis.
em tiradas memoráveis.
Fisiológico:
Você é um esteatopígico. – Cidadão
que tem a bunda grande.
Você está muito graveolento. – Fedorento.
Você é um ozostômico. – Pessoa com
mau hálito.
Linguagem:
Você é um enxacoco. – Não fala
bem uma língua estrangeira, inserindo palavras do próprio idioma numa frase em
outra língua.
Ele escreve bem, apesar de ser um epígono. – Autor de
obra sem inovações, que dilui ou copias outros autores.
Não aguento mais esse vaníloquo. – Que fala
pelos cotovelos e não diz nada.
Desvios de caráter:
Ele é um tremendo ancípite. – Que tem
duas caras, falso, inconstante.
Há muitos políticos ímprobos. – Que não é
probo. Desonesto.
Para mim, você não passa de um janicéfalo. – Pessoa de
duas caras, pouco confiável.
Na política há muito sicofanta. – Delator,
difamador.
Todo milionário é um somítico. – Avarento,
sovina.
Ele, no fundo no fundo, é um valdevino. –
oportunista que vive à custa dos outros.
Incompetência:
Ele não faz nada certo, é um ababelado. – Quem nunca termina o que começa, como os construtores
da Torre de Babel.
Não devia dizer, mas você é um acárpico. – Pessoa
incapaz de gerar frutos e produzir.
Por ser jovem, ele ainda é um catecúmeno. - Funcionário recente e despreparado para as armadilhas do
ambiente d trabalho.
Burrice:
Pelo que ele faz, para mim ele um
acrânio. – Sem
cérebro.
Essa loura é uma apedeuta. – ignorante.
No fundo, todo eleitor é um patego. – Pessoa
simplória, simples.
Aquele professor é um saberete. – sabe-tudo,
pretensioso.
Na internet há muitos urumbebas. – Otários.
Equilíbrio mental:
Acusam o nosso presidente de ser um abléptico. – Que perdeu
a visão das coisas, desequilibrado.
Há muitos jovens destraquês. –
Amalucados.
Recebo muitos e-mails de pessoas presbiofrênicas. – caducas
que inventam histórias sem fundamentos.
Pior é o internauta zuruó. – Biruta.
Chatice:
Como você é acatruzo. – Pentelho,
chato, amolador.
Também pudera, é filho de um acataléptico. – Sujeito
vacilante, burro.
E o irmão, então, não passava de
um anopluro. – Piolho.
A irmã tinha pensamento anelídeo. – Da família
das minhocas e sanguessugas.
Mas o avô, esse é era um cambrião. – Um chato
em alto grau.
Vaidade:
Elegante, sim, mas não passa de
um especioso. – Bonito por
fora, feio por dentro.
Ela quer parecer simples, mas no
fundo é uma jactanciosa. – Pessoa
vaidosa.
Rompi com ela, pois percebi que
ela era inane. – Pessoa
frívola, vazia.
Puxa-saquismo:
Eu tinha um colega que era um grande janízaro. – Protetor
dos tiranos, que morre defendo o chefe.
O ruim mesmo é o colega súcubo. – Dominado, subalterno lambe-botas, o que se deita sob o
outro.
Mas o pior de todos é o colega tesserário. – Aquele que
fica entre o chefe e os subalternos, leva-e-traz que não manda, não decide, mas
faz o que mandam.
§ § § § §
Adaptado do artigo A injustiça do insulto,
de Luiz Costa Pereira Júnior
de Luiz Costa Pereira Júnior
para a Revista Língua
Portuguesa, número 5
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