sexta-feira, 11 de abril de 2014

Fábula Moderna


Uma galinha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos: 
- Se plantarmos este trigo,  teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?
- Eu não - disse a vaca.
- Nem eu - emendou o pato.
- Eu também não - falou o porco.
- Eu muito menos - completou o bode.
- Então eu mesma planto - disse a galinha.

E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados. 


- Quem vai me ajudar a colher o trigo? - quis saber a galinha.
- Eu não - disse o pato.
- Não faz parte de minhas funções - disse o porco.
- Não depois de tantos anos de serviço - exclamou a vaca.
- Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego - disse o bode.
- Então eu mesma colho - falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.
         
Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.

- Quem vai me ajudar a assar o pão? - indagou a galinha.
- Só se me pagarem hora-extra - falou a vaca.
- Eu não posso por em risco meu auxílio-doença - emendou o pato.
- Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão - disse o porco.
- Caso só eu ajude, é discriminação - resmungou o bode.
- Então eu mesma faço - exclamou a pequena galinha.

Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver. De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse:

- Não! Eu vou comer os cinco pães sozinha.
- Lucros excessivos! - gritou a vaca.
- Sanguessuga capitalista! - exclamou o pato.
- Eu exijo direitos iguais! - bradou o bode.

O porco, esse só grunhiu.

Eles pintaram faixas e cartazes dizendo  “Injustiça”  e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.

Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha:


- Você não pode ser assim egoísta!
- Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor - defendeu-se a galinha.
- Exatamente, disse o funcionário do governo. Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada.

E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha, que sorriu e cacarejou:

- Eu estou grata, eu estou grata.

Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão.

Essa fábula deveria ser distribuída e estudada em todas as escolas brasileiras. Quem sabe assim, em uma ou duas gerações, sua mensagem central pudesse tomar o lugar de toda essa papagaiada pseudo-socialista que insiste em assombrar nosso país e condená-lo à eterna miséria. 


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