Guilherme de Almeida
Consolo
A
noite chorou
a bolha em que, sobre a folha,
o sol despertou.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Romance
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
O haicai
Lava, escorre, agita
a areia. E enfim, na bateia,
fica uma pepita.
a bolha em que, sobre a folha,
o sol despertou.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Romance
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
O haicai
Lava, escorre, agita
a areia. E enfim, na bateia,
fica uma pepita.
O pensamento
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
Hora de ter saudade
Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)
Infância
Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".
Cigarra
Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.
O ar. A folha. A fuga.
No lago, um círculo vago.
No rosto, uma ruga.
Hora de ter saudade
Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)
Infância
Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".
Cigarra
Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.
Consolo
A noite chorou
a bolha em que, sobre a folha,
o sol despertou.
Chuva de primavera
Vê como se atraem
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.
Noturno
Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Tristeza
Por que estás assim,
violeta? Que borboleta
morreu no jardim?
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Janeiro
Jasmineiro em flor.
Ciranda o luar na varanda.
Cheiro de calor.
De noite
Uma árvore nua
aponta o céu. Numa ponta
brota um fruto. A lua?
Frio
Neblina? ou vidraça
que o quente alento da gente,
que olha a rua, embaça?
Romance
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.
Noturno
Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.
Os andaimes
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
Tristeza
Por que estás assim,
violeta? Que borboleta
morreu no jardim?
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
Janeiro
Jasmineiro em flor.
Ciranda o luar na varanda.
Cheiro de calor.
De noite
Uma árvore nua
aponta o céu. Numa ponta
brota um fruto. A lua?
Frio
Neblina? ou vidraça
que o quente alento da gente,
que olha a rua, embaça?
Romance
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário