Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o vinte de setembro
o precursor da liberdade.
Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra.
Sirvam nossas façanhas
de modelo a toda a terra.
De modelo a toda terra
sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.
Mas não basta pra ser livre,
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude,
acaba por ser escravo.
Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra.
Sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.
De modelo a toda terra
sirvam nossa façanhas
de modelo a toda terra.
Letras e Autores: O Hino Rio-grandense, que hoje
cantamos, tem a sua história particular e, por que não dizer, peculiar, porque
muita controvérsia apresentou, desde seus tempos de criação até os tempos de
então. Oficialmente existe o registro de três letras para o Hino, desde os
tempos do Decênio Heroico até os nossos dias. Num espaço de quase um século,
foram utilizadas três letras diferentes, até que, finalmente, foi resolvido por
uma comissão abalizada que somente um deles deveria figurar como Hino oficial.
O Primeiro Hino: A história
real do hino começa com a
tomada da então Vila de Rio Pardo pelas forças
revolucionárias farroupilhas, ocasião em que foi aprisionada uma unidade do
Exército Imperial, o 2° batalhão, inclusive com a sua banda de música e o
mestre desta banda musical, Joaquim José de Mendanha, mineiro de nascimento que
também foi feito prisioneiro. Era um músico muito famoso e considerado um
grande compositor. Após a prisão, Mendanha teria sido convencido a compor uma
peça musical que homenageasse a vitória das forças farroupilhas, ou seja, a
brilhante vitória de 30 de abril de 1838, no célebre “Combate de Rio Pardo”.
Maestro Mendanha
Mendanha, diante das
circunstâncias, resolveu compor uma música que, segundo alguns autores, era um
plágio de uma valsa de Strauss. A melodia composta por Mendanha era apenas
musicada, e o capitão Serafim José de Alencastre, pertencente às hostes
farrapas, e que também era versado em música e poesia, entusiasmado pelos
acontecimentos, resolveu escrever uma letra alusiva à tomada de Rio Pardo.
O Segundo Hino: Quase um ano
após a tomada de Rio Pardo, foi composta uma nova letra e que foi cantada como
Hino Nacional. O autor desse hino é desconhecido; oficialmente ele é dado como
criação de autor ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República
Rio-Grandense, em sua edição de 4 de maio de 1839, chamou-o de “o Hino da
Nação”.
O Terceiro Hino: Após o término
do movimento, apareceu uma terceira letra, desta vez com autor conhecido
Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão
foi a que mais caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribuiu para isto
foi que o autor ensinava os seus contemporâneos o Hino com sua letra. Esta
letra é basicamente a mesma adotada como sendo oficial até hoje, mas sem a
segunda estrofe, que foi suprimida:
Entre nós reviva
Atenas
Para assombro
dos tiranos;
Sejamos gregos
na glória,
E na virtude,
romanos.
Hino Definitivo: Estas três
letras foram interpretadas ao gosto de cada um até meados dos anos de 1933, ano
em que estava no auge os preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução
Farroupilha”. Nesse momento, um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das
versões para ser letra oficial do Hino do Rio Grande do Sul.
A partir daí, o Instituto Histórico,
contando com a
colaboração da Sociedade Rio-Grandense de Educação, fez a
harmonização e a oficialização do Hino. O Hino foi então adotado naquele ano de
1934, com a letra
total conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em desuso os
outros poemas. Em 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino
Rio-Grandense, por força da Lei n° 5.213, de 05 de janeiro, quando foi suprimida a
segunda estrofe.
Fonte: O
Decênio Heroico – Os Ideais Farroupilhas
(Material
produzido pela Comissão Estadual da Semana Farroupilha 2004 – IGTF e MTG)
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