terça-feira, 8 de abril de 2014

História do Hino Rio-Grandense



Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o vinte de setembro
o precursor da liberdade.

Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra.
Sirvam nossas façanhas
de modelo a toda a terra.
De modelo a toda terra
sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.

Mas não basta pra ser livre,
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude,
acaba por ser escravo.

Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra.
Sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.
De modelo a toda terra
sirvam nossa façanhas
de modelo a toda terra.


Letras e Autores: O Hino Rio-grandense, que hoje cantamos, tem a sua história particular e, por que não dizer, peculiar, porque muita controvérsia apresentou, desde seus tempos de criação até os tempos de então. Oficialmente existe o registro de três letras para o Hino, desde os tempos do Decênio Heroico até os nossos dias. Num espaço de quase um século, foram utilizadas três letras diferentes, até que, finalmente, foi resolvido por uma comissão abalizada que somente um deles deveria figurar como Hino oficial.

O Primeiro Hino: A história real do hino começa com a tomada da então Vila de Rio Pardo pelas forças revolucionárias farroupilhas, ocasião em que foi aprisionada uma unidade do Exército Imperial, o 2° batalhão, inclusive com a sua banda de música e o mestre desta banda musical, Joaquim José de Mendanha, mineiro de nascimento que também foi feito prisioneiro. Era um músico muito famoso e considerado um grande compositor. Após a prisão, Mendanha teria sido convencido a compor uma peça musical que homenageasse a vitória das forças farroupilhas, ou seja, a brilhante vitória de 30 de abril de 1838, no célebre “Combate de Rio Pardo”.



Maestro Mendanha

Mendanha, diante das circunstâncias, resolveu compor uma música que, segundo alguns autores, era um plágio de uma valsa de Strauss. A melodia composta por Mendanha era apenas musicada, e o capitão Serafim José de Alencastre, pertencente às hostes farrapas, e que também era versado em música e poesia, entusiasmado pelos acontecimentos, resolveu escrever uma letra alusiva à tomada de Rio Pardo.

O Segundo Hino: Quase um ano após a tomada de Rio Pardo, foi composta uma nova letra e que foi cantada como Hino Nacional. O autor desse hino é desconhecido; oficialmente ele é dado como criação de autor ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Rio-Grandense, em sua edição de 4 de maio de 1839, chamou-o de “o Hino da Nação”.

O Terceiro Hino: Após o término do movimento, apareceu uma terceira letra, desta vez com autor conhecido Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribuiu para isto foi que o autor ensinava os seus contemporâneos o Hino com sua letra. Esta letra é basicamente a mesma adotada como sendo oficial até hoje, mas sem a segunda estrofe, que foi suprimida:

Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na glória,
E na virtude, romanos.

Hino Definitivo: Estas três letras foram interpretadas ao gosto de cada um até meados dos anos de 1933, ano em que estava no auge os preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução Farroupilha”. Nesse momento, um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das versões para ser letra oficial do Hino do Rio Grande do Sul.

A partir daí, o Instituto Histórico, contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense de Educação, fez a harmonização e a oficialização do Hino. O Hino foi então adotado naquele ano de 1934, com a letra total conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em desuso os outros poemas. Em 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por força da Lei n° 5.213, de 05 de janeiro, quando foi suprimida a segunda estrofe.


Fonte: O Decênio Heroico – Os Ideais Farroupilhas


(Material produzido pela Comissão Estadual da Semana Farroupilha 2004 – IGTF e MTG)




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