José Carlos de Brito e Cunha, o J.
Carlos, nascido em Botafogo, Rio de Janeiro, em 18 de junho de 1884, ocupa
um lugar de destaque no panorama do humor gráfico nacional. Junto com Raul e K.
Lixto, compôs a tríade de gigantes da caricatura brasileira do início do século
XX. Sem nunca ter estudado desenho, abandonou o curso ginasial para dedicar-se
à arte da caricatura do desenho, tornando-se um verdadeiro ícone, referência
indiscutível para aqueles que estudam o assunto.
Tendo iniciado suas publicações
n´O Tagarela, em 23 de agosto de 1902, J. Carlos marcou sua presença de
forma indelével em praticamente todas as revistas ilustradas de sua época,
durante quase meio século. Possuidor de um estilo límpido e de extrema beleza
na definição de seus traços, fugia da técnica do sfumato tão
característica da fase litográfica da imprensa nacional. Coincidentemente, essa
era a época da inovação tecnológica trazida de Paris por Julião Machado para A
Cigarra e A Bruxa. Com o advento da zincogravura, ficava para trás a
fase da litografia a crayon ou xilogravura a buril.
Desenvolveu um importante trabalho de
nacionalização da arte da caricatura no Brasil. Começou como caricaturista em
1902, no "Tagarela" e colaborou em diversas revistas como Avenida, O
Malho e Fon-Fon. Em 1908 criou e dirigiu a revista Careta. Compôs um retrato
vivo da sociedade brasileira do início do século XX, retratando a vida carioca,
as praias, o carnaval, a moda e costumes e criando personagens típicos da
cidade. Fez capas e criou personagens para a revista infantil Tico-Tico. Foi
consagrado pela crítica por saber sintetizar em poucas linhas as personalidades
que desenhava. Faleceu em 1950.
Desenhos de J Carlos
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