quinta-feira, 10 de abril de 2014

Lendas brasileiras

Mula sem cabeça

    
Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Em toda passagem de quinta para sexta-feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta. Ela percorre sete povoados ao longo daquela noite, e se encontrar alguém, chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, a Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com os relatos de quem já a viu, aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro. Nas noites em que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula, deve-se deitar de bruços no chão e esconder unhas e dentes para não ser atacado.

Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre. Origem: É um mito que já existia no Brasil colônia.

Fonte: Folclore Brasileiro Ilustrado: A Lenda do Caipora



Saci Pererê


A lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é de origem Tupi Guarani. Em muitas regiões, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno. É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser.

Existem três tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matitaperê, cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem. Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele deve jogar cordas com nós em seu caminho, porque ele vai parar para desatar os nós, deixando a pessoa fugir. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo. Origem: Século XVIII em Portugal, depois Minas e São Paulo.

Fonte: Folclore Brasileiro Ilustrado: Lenda do Saci Pererê

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