Mula sem cabeça
Nos pequenos povoados ou cidades,
onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições
da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à
meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi
amaldiçoada. Em toda passagem de quinta para sexta-feira ela vai numa
encruzilhada e ali se transforma na besta. Ela percorre sete povoados ao longo
daquela noite, e se encontrar alguém, chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar
do nome, a Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com os relatos de quem já a
viu, aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca,
onde tem freios de ferro. Nas noites em que ela sai, ouve-se seu galope,
acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma
pessoa. Ao ver a Mula, deve-se deitar de bruços no chão e esconder unhas e
dentes para não ser atacado.
Se alguém, com muita coragem,
tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça
voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre.
Origem: É um mito que já existia no Brasil colônia.
Fonte: Folclore
Brasileiro Ilustrado: A Lenda do Caipora
Saci Pererê
A lenda do Saci data do fim do
século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos
assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil
é de origem Tupi Guarani. Em muitas regiões, o Saci é considerado um ser brincalhão
enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno. É uma criança,
um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça
vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde
quiser.
Existem três tipos de Sacis: O
Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos
vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matitaperê, cujo assobio
melancólico dificilmente se sabe de onde vem. Ele adora fazer pequenas travessuras,
como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas
cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença
popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não
atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele deve jogar cordas com
nós em seu caminho, porque ele vai parar para desatar os nós, deixando a pessoa
fugir. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato
bento ou uma peneira pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será
recompensado com a realização de um desejo. Origem: Século XVIII em Portugal,
depois Minas e São Paulo.
Fonte: Folclore Brasileiro Ilustrado: Lenda do Saci Pererê
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