Um professor de História
suíço veio ao Brasil para avaliar o nível do nosso ensino. Assim que chegou,
pediu para ser levado a uma das melhores escolas públicas de nossa cidade.
Entrou na sala de aula que abrigava a turma mais preparada e dirigiu-se ao
melhor aluno da classe:
- Quem cortou o nó górdio?
- Juro que não fui eu, moço. Nem ninguém aqui
da sala. Pode ser alguém do colégio, mas colega meu não foi. Ponho a mão no
fogo por eles.
Horrorizado, o
suíço contou o ocorrido para a professora:
- Imagine a senhora que eu perguntei àquele
jovem quem foi que cortou o nó górdio
e ele me respondeu que não foi ele. Garantiu também que não foi nenhum menino
que conheça.
A professora
retrucou:
- Bom, se ele disse que não foi ele, o senhor
pode acreditar. Esse rapaz, além de muito estudioso, é incapaz de uma mentira.
Assombrado, o
professor suíço entrou no gabinete da diretora do colégio:
- Francamente, não sei o que se está passando.
Perguntei ao melhor aluno da turma mais preparada quem tinha cortado o nó górdio; ele me assegurou que não foi
ele nem nenhum dos seus amigos. Contei o episódio para a professora e ela
corroborou a versão do aluno!
A diretora,
indignada com o fato, adiantou:
- Meu caro senhor, se a professora confirmou,
é porque é verdade. Ela conhece muito bem os seus alunos e é uma pessoa da
maior idoneidade. Há anos que trabalha no nosso estabelecimento. O jovem em
questão tem muito caráter. Se tivesse sido ele, confessaria na hora. Se fosse o
Juquinha, um ruivinho sardento, eu nem diria nada, porque ele é muito
mentiroso.
Pasmo, o professor
de História suíço deixou o educandário e foi procurar o político que o havia
convidado para vir ao Brasil. Depois de ouvir atentamente o relato do
estrangeiro, ele explicou:
- Meu querido professor, o senhor não está na
Suíça. Aqui, o nível de ignorância e despreparo ainda é muito grande. Nós temos
de começar tudo praticamente do zero. Está vendo as dificuldades que
enfrentamos? Mas não quero que o senhor volte ao seu país levando uma má
impressão. Se alguém cortou mesmo esse tal de nó górdio, e dá para consertar, diga logo de quanto foi o prejuízo
eu pago do meu próprio bolso.
MORAL: Não tem moral.
GÓRDIO - Rei da Frígia, antiga Ásia Menor.
NÓ GÓRDIO - Nó que é impossível de ser desatado.
CORTAR O NÓ
GÓRDIO - Resolver uma grande dificuldade com rapidez
e/ ou violência.
(Segundo
a lenda, o nó górdio prendia o timão ao jugo da carreta do rei Górdio, da
Frígia e quem o desatasse seria o senhor da Ásia. Pois Alexandre Magno, diante
do nó, por volta de 330 a .C.,
cortou-o com sua espada e invadiu a Ásia.)
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