sexta-feira, 4 de abril de 2014

Textos de Olvo Bilac

O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:

– Senhor Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu.

"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda".

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

– Nem penso mais nisso, - disse o homem - quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!

Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás de miragens e falsos tesouros.

Valorize o que você tem, a pessoa que está ao seu lado, os amigos que estão perto de você, o emprego que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, o sorriso, enfim tudo aquilo que nosso Deus nos proporciona diariamente para o nosso crescimento espiritual.




Conta Mário de Lima Barbosa que, sendo eleito presidente do Estado do Rio, o doutor Francisco Portela levou Olavo Bilac como seu secretário. E certa vez o poeta escreveu um ofício em verso, nestes termos:

Niterói, dez de janeiro
Saúde e fraternidade.
Demita-se o tesoureiro
Por falta de assiduidade.

E lavra-se a Portaria
O Decreto ou Álvará,
Que entregue a tesouraria,
Ao Doutor Luiz Murat.

Outra vez preparou também um despacho do poeta para um requerimento de licença:

Se Dona Ana Maldonado
For uma bela mulher
Tenha o dobro de ordenado
Na licença que requerer.

Mas se for velha e metida
Das que se chamam - Canhão,
Seja logo demitida,
Sem maior contemplação.


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