na Guerra dos Seis Dias em 1967.
Haim Hefer
Este muro ouviu muitas orações
Este muro viu
a queda de vários outros muros.
Este muro
sentiu o toque de mulheres em luto.
Este muro
sentiu os pedidos guardados em suas pedras.
Este muro viu
Rabbi Yehuda Halevi ajoelhado a sua frente.
Este muro viu
césares levantarem e caírem.
Mas este muro
nunca tinha visto paraquedistas chorarem.
Este muro os
viu cansados e aflitos.
Este muro os
viu feridos e mutilados.
Correndo a
ele com alegria, choros e silêncio,
E rastejando
como animais feridos nas ruelas da Cidade Velha,
Enquanto
cobertos com pó e com lábios rachados
Eles
sussurram “Se eu esquecer você,
Se eu
esquecer você, Jerusalém...”
Eles são
velozes como águias e fortes como leões,
E seus
tanques – as ferozes carruagens de Eliahu, o profeta.
Eles passam
com barulho.
Eles passam
em fila.
Eles
relembram os dois mil horríveis anos,
Quando nem
mesmo existia um muro
Onde
pudéssemos deixar nossas lágrimas
E aqui eles
permanecem e respiram a poeira
Como eles o
olham com uma suave dor
E lágrimas
escorrem e eles se olham perplexos.
Como pode
paraquedistas chorarem?
Como pode
eles tocarem o muro com tamanha emoção?
Como pode o
seu choro transformar-se em música?
Talvez porque
estes garotos de dezenove anos,
nascidos
junto com o Estado,
Talvez porque
estes garotos de dezenove anos
carregam
sobre seus ombros dois mil anos.
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