Sem dinheiro, trabalhei como um pé-de-boi, fiz meu pé de meia, tirei o pé da lama e botei o pé na estrada. Voltei com a certeza que, no extremo Sul do corpo
feminino, nenhuma mulher chega aos pés
das brasileiras, é fato não raro tal fixação, que me faz sofrer mais do que pé de cego.
Recordo de uma festa em Petrópolis, era verão, caía um daqueles pé-d’água que quase nos obriga a usar pé de pato. Percebi um par de pés esculturais evoluindo no salão, eles sofriam atropelados por um pé de cana, que mal se aguentava
Carlos Eduardo de Agostini Novaes
nasceu cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1940. Romancista, dramaturgo, contista
e, durante anos cronista no Jornal do Brasil, em 1958 mudou-se para Salvador
(BA), onde permaneceu por dez anos. Estudou Direito na Universidade Federal da
Bahia e, para seu sustento, exerceu variadas atividades profissionais, como
agente rodoviário, dono de dedetizadora e sócio de uma fábrica de sorvete.
De volta ao Rio de Janeiro, em 1969,
inicia a atividade de cronista no jornal Última Hora. Em 1972, trabalha no
Jornal do Brasil -
JB, criando prognósticos bem-humorados para a Loteria Esportiva e passando
depois a cronista. Assim nasce seu primeiro livro, "O Caos Nosso de Cada
Dia", uma reunião de crônicas escritas para o JB, publicado em 1974. O
trabalho nesse jornal se estende por 13 anos e dá origem à maior parte de seus
livros. No teatro, além de atuar, escrever e dirigir várias peças, é presidente
da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais - Sbat e vice-presidente da
Federação Internacional de Sociedades de Autores Dramáticos -
Fedra.
Seus livros abordam, entre outros,
temas ligados à política brasileira, ao cotidiano urbano, à vida conjugal e ao
universo adolescente, sempre de forma crítica e bem-humorada. É diretor da Casa
do Riso, no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, um teatro dedicado
exclusivamente ao humor.
Compostos com pé,
hifenizados, depois do acordo ortográfico:
pé-atrás
pé-cascudo
pé-d'água
pé-de-bezerro
pé-de-boi
pé-de-cabra
pé-de-chumbo
pé-de-galinha
pé-de-galo
pé-de-gato
pé-de-meia
pé-de-pau
pé-direito
pé-encarnado
pé-frio
As demais palavras com o substantivo pé com
preposição de no meio, não se escrevem mais com hífen.
Fonte: Houaiss, 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário