Hugo Ramirez
Querência
é tudo o que eu tenho,
O
ranchinho onde eu nasci,
A
vista da planície verde
Dos
meus tempos de guri.
Baguais
em pelo montados,
Tombos
de prancha no chão,
Touro
brabo atropelando
Em
rodeio e apartação.
Crendices
maravilhosas
Como
outras iguais não há.
Assombração
no Jarau,
Lobisime,
boi-ta-tá...
Alma
penada rondando
Por
figueiras e umbuzais,
Negrinho
do Pastoreio
Galopando
nos baguais...
Churrascos
todos os dias,
Antes
da lida campeira,
E
o chimarrão saboroso
Que
torna a vida fagueira.
Correndo
os anos, amores,
Peleias
no partidor,
A
chinoca e sinhazinha
Das
serenatas de amor.
Depois
de muito rolar,
Casar
e sentar o juízo.
Quedar-se
mirando o campo,
À
sombra de um paraíso.
Doce
prazer sem igual
Que
me faz forte e feliz,
Como
esses postes de cerca
Que
pegam broto e raiz.
Eis
a querência, o torrão,
Que
o bom vaqueano palmilha,
Soprar
do vento minuano
Corcoveando
na coxilha...
Por
onde quer que eu me vá,
Levo
comigo o rincão,
Ronda
de tropa ao ar livre
Pousando
em meu coração.
Querência
é tudo o que eu tenho,
O
ideal que no peito eu trago,
O
sangue da minha raça
E alma imortal do meu pago!
Nenhum comentário:
Postar um comentário