O carvalho e o Repolho
A injustiça pode irritar-se
porque é precária.
A verdade não se impacienta
porque é eterna.
Quando praticamos uma boa ação,
não sabemos se é para hoje ou para quando. O caso é que seus frutos podem ser
tardios, mas são certos.
Uns plantam o repolho para o
prato de amanhã; outros a semente do carvalho para o abrigo do futuro. Aqueles
cavam para si mesmos. Estes lavram para seu país, para a felicidade de seus
descendentes, para o benefício do gênero humano.
Rui Barbosa
Anúncio
de um Armazém em 1882
Damos a seguir a “versalhada”,
estampada na “Gazeta do Porto Alegre” de 5 de janeiro de 1882, de propaganda de
um comerciante porto-alegrense:
Feijão, farinha,
Banha, toucinho,
Charque, costelas,
Cerveja e vinho.
Cocos de fruta,
Queijos da Serra,
Língua salgada,
Cera da terra.
Açúcar branco fino, a cruzado,
A dezoito branco, baixo, muito bom,
A trezentos e quarenta o mascavinho,
A trezentos e vinte, o mascavão!
Chá, marmelada,
Manteiga em latas,
E também tenho
Boas batatas!
Arroz com casca,
Cevada e ervilha,
Linhaça e mostarda,
Canjica e lentilha.
Feijão de muitas cores, por exemplo:
Preto, branco, rajado e amarelo,
Mamono, miudinho, carioca,
Cavalo, da praia e mascarelo.
|
Linguiça fresca,
Doce de Lisboa,
Muitos vinhos finos,
Muita coisa boa!
Tudo se vende
Bem baratinho
A quem trouxer
O cobrezinho!
E tudo o mais assim em relação.
Quem quiser duvidar venha cá ver
Ainda tenho farinha de mandioca
Tão fina que igual nunca se viu!
Venham fregueses
Já sem demora,
E não se esqueçam
Nem uma hora.
Torreão do mercado
Número dois,
Há de tudo isto
Agora e depois!
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário