Muy
cerca de mi ocaso, yo te bendigo, Vida,
porque
nunca me diste ni esperanza fallida
ni
trabajos injustos, ni pena inmerecida.
Porque
veo al final de mi rudo camino
que
yo fuí el arquiteto de mi propio destino;
que
si extraje las mieles o la hiel de las cosas
fué
porque en ellas puse hiel o mieles sabrosas:
cuando
planté rosales, coseché siempre
Cierto,
a mis lozanías va a seguir el invierno;
¡mas
tu no me dijiste que Mayo fuese eterno!
...Hallé
sin duda largas las noches de mis penas;
mas
no me prometiste tú solo noches buenas;
y
en cambio tuve algunas santamente serenas...
Amé,
fuí amado, el sol acarició mi faz.
¡Vida,
nada me debes! ¡Vida, estamos em paz!
Em paz
Já
bem perto do ocaso, eu te bendigo, ó vida,
porque
nunca me deste esperança mentida,
nem
trabalhos injustos, nem pena imerecida.
Porque
vejo, ao final de tão rude jornada,
que
a minha sorte por mim mesmo traçada;
que,
se extraí os doces méis ou o fel das cousas,
foi
porque as adocei ou as fiz amargosas:
quando
eu plantei roseiras, eu colhi sempre rosas.
Decerto,
aos meus ardores, vai suceder o inverno:
mas
tu não me disseste que maio fosse eterno!
Longas
achei, confesso, minhas noites de penas;
mas
não me prometeste noites boas, apenas,
e
em troca tive algumas santamente serenas...
Fui
amado, afagou-me o Sol. Para que mais?
Vida,
nada me deves! Vida, estamos em paz!
Amado Nervo, pseudônimo de Juan Crisóstomo Ruiz de Nervo, (Tepic, Nayarit
27 de agosto de 1870 – Montevidéu, 24 de maio de 1919) foi um poeta mexicano.
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