terça-feira, 1 de abril de 2014

Uma boa amiga

Por Catulle Mendés


Pum! Pum!
- Quem é?
- Abra!
- A semelhante hora? O que o senhor está pesando? Vou deitar-me, já pus sobre a cadeira o meu espartilho bordado de pelúcia cor de rosa e já tirei uma das minhas meias de seda preta.
- Deixe-me tirar a outra.
- Atrevido! Siga o seu caminho.
- Amo-a muito.
- Preferia que não me tivesse tanto amor.
- Estou pronto a morrer por você.
- Não me importa que viva ou que morra.
- Eu ainda sou novo.
- E ingênuo. Vá-se embora.
- Sou bonito.
- E tolo. Já disse, que se fosse embora.
- Rico.
- Estúpido! Vá-se embora ou chamo a alguém.
- Sou o amante da sua amiga Clementina.
- Ah! Então porque não o disse há mais tempo! – disse ela abrindo a porta.
  
§ § § § §
  
(Do livro “Enciclopédia de Humorismo” 
– Traduzido por Filipe Tores)


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