Havia, na Porto Alegre dos anos 40,
um tipo que gostava de se expressar usando uma linguagem rebuscada e empolada.
As frases eram pronunciadas com ênfase diferente.
Contavam seus amigos que, durante
grossa farra, ouviram-no perguntar a uma parceira, no momento culminante:
- A senhora coloca, ou eu
mesmo o faço?
Garantiram esses companheiros de
boêmia tê-lo ouvido dizer a uma mulher, no ápice do êxtase:
- Senhorinha, imploro-vos,
se não for molesto, insisti na glande!
Durante visita à fazenda de
conhecido, resolveu andar a cavalo. Ao colocar o pé no estribo para subir, o
arisco animal começou a andar em círculos. Ao peão que deveria ajudá-lo. Ele
bradou:
- Ô servo inútil, sofreia o
corcel fogoso!
Numa discussão, não querendo usar uma
expressão popular: “Conversa mole pra boi
dormir”, muito em voga na época,
transformou-se para ele em “metáfora
flácida para acalentar bovino”.
Aborrecido com as palavras de um homem
na rua, exclamou:
- Se ages por folgazão,
perdoo-te. Todavia, se obras a sério, dar-te-ei com uma francha à nuca,
transformando tua massa encefálica em substância cadavérica!
Cantava uma conhecida marchinha de
Carnaval no trecho que diz “não me
importa que a mula manque, o que eu
quero e rosetar”, transformou-se, com ele, em “pouco se me dá que azêmola
claudique, o que me apraz a acicatá-la”.
Numa reunião familiar, seu irmão mais
novo fez referência elogiosa ao respeitado patriarca do clã. Ele comentou:
- Tão pequenino e justiça
fazer já sabe aos paternos méritos!
Noutra ocasião, flagrou o filho
masturbando-se no banheiro. Impressionado, comentou com a mulher:
- Estou muito preocupado. Acabo de surpreender nosso
filho com as mãos crispadas, olhos esbugalhados, cabelos em riste, pênis ereto,
ejaculando a esmo!
* Pernóstico = Petulante, pretensioso,
presumido, pedante.
Parabéns, interessante e inteligente estas colocações onde não só aprende como ensina. Nosso Português tem tais filustrias agradáveis de ler, ouvir e falar. Pena que o conteúdo está restrito....
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