Ambição
Na China antiga, Senrin, um
eremita meio mágico vivia numa montanha rodeado de abundante vegetação.
Um belo dia, um velho amigo foi
visitá-lo. Senrin, muito feliz por recebê-lo, ofereceu-lhe um jantar e um
abrigo para a noite.
Na manhã seguinte, antes da partida do amigo, quis
ofertar-lhe um presente. Tomou uma pedra e, com o dedo, converteu-a num bloco
de ouro puro.
O amigo não ficou satisfeito. Senrin, então, apontou o dedo
para uma rocha enorme, que também se transformou em ouro. O amigo, porém,
continuava sem sorrir.
– Que queres, então? – indagou Senrin.
Respondeu-lhe o amigo:
– Eu quero esse dedo!
Não piores a situação
Uma senhora convidou um
violonista famoso para tocar na festa de seu aniversário. Quando o violinista
acabou a sua apresentação, todos o cercaram.
Um dos convidados dirigiu-se a ele com estas palavras:
– Tenho que ser honesto com você! Achei seu desempenho
horrível!
Ao ouvir aquela crítica, a anfitriã quis salvar a situação e
disse ao violinista:
– Não preste atenção a ele. Não sabe do que está falando.
Apenas repete o que todo mundo diz.
Atitude
Uma mulher acordou uma manhã,
após a quimioterapia, olhou-se no espelho e percebeu que tinha somente três
fios de cabelo na cabeça.
– Bom, ela disse, acho que vou trançar meus cabelos hoje.
Assim, ela fez e teve um dia maravilhoso.
No dia seguinte, ela acordou,
olhou-se no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça.
– Humm, ela disse, acho que vou repartir meu cabelo no meio
hoje.
Assim ela fez e teve um dia magnífico.
No dia seguinte ela acordou,
olhou-se no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.
– Bem, ela disse, hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo
de cavalo.
Assim ela fez e teve um dia divertido.
No dia seguinte, ela acordou,
olhou-se no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.
– Yeeesss!!!, ela exclamou, hoje não tenho que pentear meu
cabelo!
(Kelly Fagundes)
Eu saberei
O rapaz estava ajudando um velho
a construir um muro na encosta de um morro. Já tinham cavado uma vala larga e
funda para colocar as grandes pedras do alicerce que deviam sustentar o muro.
O velho era muito exigente na
escolha de cada pedra e dos pedaços com que encher os vãos entre as pedras.
A ideia de encher as brechas abaixo da linha do solo
irritava o rapaz.
– Quem vai saber que esses espaços estão
cheios? - perguntou o rapaz.
O espanto do velho foi genuíno quando, a olhar o rapaz por
cima dos óculos, disse:
– Ora essa!... Eu saberei... e você também!
(Hayda Pearson)
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