Atual Rua Espírito
Santo, antigo Beco do Cemitério.
(Descendo para a rua
Fernando Machado)
A Rua Espírito Santo, (começa na Rua Duque
de Caxias. Ao lado da Catedral e termina na Rua Washington Luís) por muito
tempo, usou-se indiferentemente o nome de Beco
do Império ou de Beco do Cemitério*,
pra esta ladeirenta via pública. Em 1856, os vereadores resolveram mudar as
placas de Beco do Cemitério para Beco do Espírito Santo. Em 1881 já recebe o
tratamento de Rua do Espírito Santo, que não mais perdeu.
* Sabe-se, hoje, que o
quadrilátero das ruas Duque de Caxias e Fernando Machado era onde estava
localizado primeiro cemitério de Porto Alegre. O beco passava pelo meio dele. Agora,
fazendo-se uma escavação na Cúria Metropolitana, estão descobrindo centenas de
ossadas humanas.
Só os poetas da cidade continuaram
falando em “Beco do Império”. Mário Quintana, em seu poema “Imemorial”,
escreveu:
À noite pervaguei pelo Beco do Império
que há cinquenta anos não existe mais
e as horríveis mulheres, nos portais,
estavam belas de eu sonhar com elas.
E Athos Damasceno, em seus Poemas da minha
cidade, dedicou um deles ao “Beco do Império”:
O silêncio, no beco escuro,
dependurou a sombra no muro e dorme...
Lúgubre, dentro do negro cenário
pesa o maciço Seminário disforme...
Na esquina, o vulto vago do guita,
sob o lampião se move e... apita, pausado...
Ninguém responde... E o guarda, a medo,
sob a rua do Arvoredo, curvando...
Referências:
Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre:
Editora da
Universidade (UFRGS)/Prefeitura Municipal, 1992
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