Lembre-se
Esta página foi feita com muito
amor e carinho por um aficcionado do esporte que, casualmente, é colorado. Fiz
pesquisas históricas para enaltecer um clube gaúcho que muitas alegrias deu a
todos os brasileiros, conquistando duas Libertadores da América, duas Recopas,
um Sul-americano e um campeonato mundial interclubes, derrotado o grande e
poderoso Barcelona da Espanha. Não danifique um trabalho árduo de um anônimo
brasileiro, pois se você não torcer por este clube e não gostar do que foi
feito, não leia esta página, você vai sofrer e tentar danificá-la mais uma
vez...
A fundação do Sport Club Internacional
Nem todos ficaram de acordo com a cor
da futura camisa do clube. Subdividiam-se em dois grupos como fora o Carnaval
daquele ano, conflito feio de rua entre Venezianos e Esmeraldinos, um vermelho,
outro verde. Justamente as cores pretendidas, ou uma ou outra. O resultado da
votação tirou da ata de fundação o apoio daqueles que defendiam o verde. Mas o
racha não esvaziou a reunião, muito menos o clube. Ficou vermelho e branco para
o resto da vida. E, ao contrário dos times de guris que viram clube de salinha
e campo emprestado, o Internacional cumpriu o esforço de eternidade de seu ato
de fundação e já completa mais de 100 anos de existência, uma promessa talvez
muito maior do que a dos Poppe e seus amigos do 2º Distrito.
O futebol era mesmo uma das formas de
associação e vida social que modernização de Porto Alegre do início do século
começava a favorecer. Tanto que na fundação do Internacional surgiu a ideia de
promover uma espécie de confraternização depois dos episódios do Carnaval que
quebraram com o jeito ainda pacato e ordeiro da cidade. O conflito foi na rua
da Praia e teve desdobramentos por toda a cidade. O convite para a Assembleia
Geral do dia 4 de abril (de 1909), domingo à tarde, referia o fato e propunha
uma superação pela forma diferenciada e agregadora de uma nova instituição que
iria se dedicar à prazerosa e saudável prática do novo esporte.
Mesmo assim, a escolha das cores do
novo clube reavivou a rivalidade das duas sociedades carnavalescas, numa prova
de que a raiz do futebol haveria de crescer, muito além das sociabilidades e do
cavalheirismo, esse outro saudável e eternizante conflito dos opostos. Aliás,
no fundo da Assembleia Geral do dia 4 de abril já estava um ato que haveria de
opor o Internacional, o clube dos portugueses açorianos, dos estudantes e dos
comerciários, ao Grêmio, assim dito um clube de alemães, o que se evidencia de
fato nas escalações dos times desse início do século. Não só no que seria o
rival do século mas no Fussball Club
Porto Alegre e no Manschaft Frisch Auf.
A informação geralmente aceita é a de
que o nome do novo clube tenha sido uma referência ao Internacional, clube de
São Paulo ao qual tinham se filiado, antes de virem morar em Porto Alegre , os três
irmãos Poppe: Henrique, o orador oficial (e integrante da diretoria com este
cargo, o que se explica pelo caráter do evento social que se dava ao futebol,
com cerimônias e recepções, antes, durante e depois dos jogos, e pela
importância da oratória como um atributo invejável dos melhores homens públicos),
José, capitão do time, o que equivaleria hoje ao cargo de técnico, e Luís, que
fazia parte da primeira Comissão de Campo, ele e mais três.
O discurso de Henrique Poppe na
reunião, mais do que lembrar o clube paulistano de mesmo nome, é uma clara
manifestação de intenção e foi mesmo o que mobilizou aqueles jovens a
comparecer a uma reunião num domingo à tarde no porão da residência da família
Seferin, na avenida Redenção, 141, correspondente ao número 1.025 da atual João
Pessoa. Henrique disse o seguinte: que se estava fundando um clube para
brasileiros e estrangeiros. Uma clara alusão à política de discriminação dos
outros clubes de futebol de Porto Alegre.
Não será por outra razão que o
Internacional, a partir do final da década de 20, abrirá a sua sede e dará
lugar no seu time aos jogadores que pertenciam às muitas ligas que organizavam
competições entre clubes representativos de negros (a famosa Liga da Canela
Preta, por exemplo), de funcionários públicos, de empregados do comércio e de
estivadores.
(Do livro “Meu
Coração é Vermelho”,
de Ruy Carlos Ostermann)
→ Acima, o primeiro distintivo do Sport Club Internacional, criado em 1909: com a forma à inglesa.
→ Se a escolha do distintivo fosse
feita com a grafia aportuguesada: ficaria Esporte Clube Internacional, distintivo e não a forma à inglesa: Sport Club Internacional, o distintivo ficaria como está abaixo:
*****
Evolução do distintivo do Inter
→ As cores escolhidas foram
deliberadas através de um concurso, entre as cores de duas sociedades
carnavalescas da cidade: ou ficavam com verde e branco do Esmeralda; ou com o vermelho
e branco dos Venezianos. Ganhou a cor dos Venezianos.
Acima, primeiro distintivo e primeira camiseta
→ Time de 1910 com o primeiro fardamento: calção branco e camiseta listradas: vermelho e branco.
P.S. A foto acima foi tirada junto à parede do Colégio Militar de Porto Alegre, pois o time treinava e jogava no Campo da Várzea, atual Parque Farroupilha.
→ O Saci, * figura símbolo do
Internacional, foi criado na década de 50. Quando surgiu era chamado de negrinho. O
símbolo saiu das páginas esportivas da antiga Folha Desportiva e do jornal A
Hora.
* O desenho do atual, desenhom ac foi feito
pelo escritor, desenhista e caricaturista Ziraldo.
Saci do Estadão
→ Henrique Poppe, foto abaixo, vindo de São Paulo, foi rejeitado em
clubes gaúchos e, por isso, fundou o S. C. Internacional, numa casa na Avenida
João Pessoa*, ao lado do terreno da Várzea, atual Parque Farroupilha.
* Avenida Redenção, 141 (correspondendo hoje a Avenida João
Pessoa 1025).
→ Um dos mais tradicionais e
importantes clubes esportivos da cidade. Foi fundado em 4 de abril de 1909 “por
um grupo de jovens empregados no comércio e residentes n 2° distrito”, segundo
notícia do Correio do Povo à época.
→ Se o primeiro campo de esporte já
utilizado no primeiro mês de fundação, era na Rua Arlindo (foto acima), nas imediações da
Ilhota. A denominação “Internacional”, segundo Carlos Lopes dos Santos, bem
informado cronista do clube, deveu-se a ter esse nome o então campeão de
futebol da capital paulista. Quanto às cores – vermelho e branco –, a opinião
predominante é de que decorressem de influência da sociedade carnavalesca
Venezianos, que, ao lado da Esmeralda, dividia as preferências dos porto-alegrenses.
Vermelho e branco eram as cores da “Venezianos”.
→ As inundações frequentes
fizeram com que fosse logo abandonado o campo da Rua Arlindo, passando o
Internacional a disputar suas partidas em terreno da Várzea, no local onde hoje
se encontra o Hospital de Pronto Socorro. A diretoria eleita em 1912 conseguiu
alugar um campo na Azenha, no trecho hoje cortado pelas ruas Germano
Hasslocher, Afonso Pena e Damasco, desenvolvendo ali um longo ciclo de vida,
que só terminaria em 1931, quando o clube adquiriu sua primeira propriedade – o
Estádio dos Eucaliptos, com gente à Rua Silveiro, no Menino Deus. O campo da Azenha, aliás, também fora
conhecido como “Chácara dos Eucaliptos”. O estádio inaugurado em 1931, o foi
graças aos grandes esforços do Eng. Ildo Meneghetti, então presidente do clube,
e que por isso mesmo se tornaria mais tarde o seu patrono. Durante muitos anos,
até a construção do Estádio Olímpico, do Grêmio Porto-Alegrense, a praça de
esportes da Rua Silveiro foi a principal da cidade.
→ No começo dos anos 30, o Internacional lançou a venda de bônus para ajudar na construção do futuro estádio, cuja maquete não correspondeu, mais tarde, ao que foi idealizado.
→ No começo dos anos 30, o Internacional lançou a venda de bônus para ajudar na construção do futuro estádio, cuja maquete não correspondeu, mais tarde, ao que foi idealizado.
→ Em 1969, depois de um esforço
do quadro social e dirigentes, foi inaugurado à Avenida Padre Cacique. À margem
do Guaíba, o grande Estádio Beira-Rio, com capacidade aproximadamente para 100
mil espectadores.
*Com a reforma do estádio, passou
para 51 mil pessoas confortavelmente instaladas.
(Do livro “Guia
Histórico de Por Alegre”, de Sérgio da Costa Franco)
→ O hino do S. C. Internacional, Celeiro
de Ases, foi criado pelo radialista carioca Nélson Silva*, que trabalhava na
Rádio Farroupilha. Veja letra original abaixo:
*Nélson Silva (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1916 − 15 de março de 1983) foi um cantor, compositor, ator, produtor e radialista carioca, radicado no Rio Grande do Sul, conhecido por ser o autor do hino do Sport Club Internacional.
*Nélson Silva (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1916 − 15 de março de 1983) foi um cantor, compositor, ator, produtor e radialista carioca, radicado no Rio Grande do Sul, conhecido por ser o autor do hino do Sport Club Internacional.
Acima, Nélson Silva*,
abaixo seu hino datilografado:
→ Foi em 1957 que Nélson Silva,
criou e presenteou ao clube a canção que se tornou hino oficial do colorado.
→ Nascido no ano de 1916, o
carioca Nélson Silva era torcedor fanático do Flamengo. Em excursão pelo grupo
“Águias da Meia-Noite”, no ano de 1943, se apaixonou pela cidade de Porto
Alegre e decidiu ficar, onde chegou a ser diretor de departamento da Rádio
Farroupilha e da TV Piratini. Tornou-se um ávido torcedor colorado ao perceber
a aceitação da comunidade negra por parte do Clube.
As décadas de 1940 e 1950 foram
de grandes conquistas, então o Internacional decidiu realizar um concurso para
a criação de um hino que representasse os colorados. Foi então que, em 1957, ao
ouvir a derrota do Internacional para o Aimoré enquanto esperava sua noiva,
escreveu os famosos versos que estariam na ponta da língua do torcedor. Apesar
de não ter se inscrito oficialmente no concurso, o compositor presenteou o
Clube com a canção, junto de outra na qual homenageava o Beira-Rio, após ter
apresentado a música diversas vezes na rádio onde trabalhava e em bares."
*Um dia falei com Nelson Silva, ele sempre lamentou que nunca ganhou
nada do Inter por ter feito o hino, nem mesmo o direito de assistir aos jogos
de graça.
→ Nos anos 50, o Inter
possuía um animal que servia de amuleto e dava sorte: Chica, uma cabrita
malhada que era levada em quase todos os jogos do colorado em Porto Alegre. Na
casa do adversário era comprado um ingresso para Chica e ela era instalada em
uma cadeira numerada.
→ A DPC – Departamento de
Propaganda e Cooperação foi a primeira torcida organizada a surgir no Rio
Grande do Sul e pertencia ao Inter. A DPC era ligada à diretoria e seus
integrantes iam a campo com uma blusa vermelha.
→ Em 15 de março de 1931,
foi inaugurado o Estádio dos Eucaliptos, de propriedade do Sport Club
Internacional. O estádio, com arquibancadas de madeira, recebeu o nome de
Eucaliptos em função da iniciativa de Oscar Borba, que cercou a área com mudas
de eucaliptos trazidos de Viamão. A primeira partida foi diante do arquirrival,
o Grêmio Porto-Alegrense, e a vitória foi colorada, 3 a 0, com gols de Jawell.
→ O time que passou para a
história sob a denominação de Rolo
Compressor já despontava na formação que começou seu reinado no campeonato
Gaúcho em 1940, com craques como Alfeu, Tesourinha, Rui e Carlitos. Mas foi
dois anos depois, na campanha do tricampeonato, que surgiu o apelido
consagrado.
→ Personagem emblemático de Porto
Alegre, o popular Vicente Rao (foto acima) foi
vereador, Papai Noel, Rei Momo e, acima de tudo, colorado doente.
→ Nascido no dia da fundação do
Inter, 4 de abril de 1909, ex-jogador, torcedor símbolo, criador das primeiras
escolinhas de futebol e das torcidas organizadas do clube, Vicente Rao também fazia
desenhos humorados dos jogadores colorados. Um destes desenhos mostrava o
ataque do Inter na forma de um rolo amassando adversários. A ideia pegou,
outros passaram a usar a mesma imagem (reprodução acima) e o Rolo Compressor
entrou na história.
→ Em 1941, o ataque colorado já
era o mesmo que iria inspirar Vicente Rao na criação do Rolo Compressor:
Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos. Nesse ano, o Rolo estabeleceu
uma marca incrível: 108 gols marcados num só ano. Uma mostra deste poder
ofensivo pôde ser contemplada nas finais do Gauchão de 1941. Em dois jogos,
contra o Rio Grande, o Inter fez 15 gols.
(Do livro “Gauchão –
A História Ilustrada de uma Tradição – Zero Hora)
*****
A Queda do Fortim da Baixada:
→ Transcorria o ano de 1944, em
pleno mês de outubro, e aproximava-se do 6º GRENAL da temporada, tendo o INTER já
ganho 4 e o adversário apenas 1. Contudo, o que estava por acontecer seria o
mais importante porque decidiria o título citadino. O colorado já era Tetra e
buscava o Pentacampeonato. Os azuis tinham vencido o último GRENAL na Baixada
(4×3) e por isso incendiaram a disputa. Ademais, tinham melhorado em relação
aos anos anteriores e perder no seu estádio, que passaram a denominar de
“Fortim” (pequeno forte), seria muito difícil. Achavam até que o título estava
no papo, ainda mais que o colorado não contaria com o goleador Carlitos, em vista
de cirurgia no joelho feita a menos de um mês.
→ Em toda aquela euforia parece
que não se deram conta que iriam enfrentar o temível “Rolo Compressor”,
vencedor da grande maioria dos clássicos dos anos 40. Com efeito, o INTER obtivera
14 vitórias contra apenas 4 dos rivais até aquela data. A denominação de Rolo
Compressor é atribuída a Vicente Rao, famoso folião carnavalesco e chefe da
torcida colorada, vindo depois a se tornar Rei Momo da capital por longos anos
a fio.
→ Além do mais, a torcida
colorada comandada pelo próprio Rao era imbatível na vibração, mesmo que o time
jogasse em campos adversários.
→ E assim no dia 08 do mesmo mês
aconteceu o clássico, no Estádio da Timbaúva, neutro por ser do Força e Luz e o
maior da cidade naquela época.
→ Para os colorados tornou-se
terrível pelas circunstâncias do jogo, eis que ao abrir uma vantagem de 2×0, os
diabos rubros, assim conhecidos, no decorrer da partida tiveram 3 (três)
jogadores lesionados, os quais permaneceram em campo sem condições, apenas
fazendo número. Dentre eles estava Carlitos, que acabou sendo escalado, apesar
da recente cirurgia e de não ter treinado no período de convalescença. Mesmo
assim, assinalou o gol de abertura. Explica-se que, naquela época, não eram
permitidas substituições durante a partida. Iniciado o 2º tempo o INTER fez
2×0, mantendo a vantagem até os 23’ ,
quando o rival descontou e aí, meus amigos, foi um sufoco só, pois os rubros
precisavam manter a vitória para serem campeões. Imagine com três jogadores
lesionados em campo. Nos
20 minutos finais, postou-se todo na defesa para garantir o resultado e o
adversário em cima, sem, no entanto, conseguir o gol de empate, em verdadeira
jornada heroica dos colorados. Terminado o jogo em 2×1, o INTER sagrou-se
Pentacampeão citadino. Na oportunidade foi distribuído o panfleto de gozação,
que está anexo, sob o título: O Fortim Caiu. No mesmo, vê-se o Rolo Compressor
destruindo o Fortim da Baixada, quebrando, inclusive, o ovo do sonho tricolor,
representativo do título. Essa charge ficou tão consagrada que é ainda lembrada
nos dias atuais, tanto no Livro Oficial do Centenário como na Agenda
Histórica do INTER.
Jogadores Diplomados – Doutores em Futebol:
→ Em setembro de 1945 o INTER já
havia conquistado o Hexacampeonato Citadino de forma invicta, pois à exceção de
dois jogos com o Cruzeiro, os quais empatou, venceu todos os demais. Era um
time arrasador para todos os adversários, justificando o título de Rolo
Compressor. E, na data de 30 de outubro, mesmo antes de sagrar-se Hexacampeão
Gaúcho, cada jogador recebeu o Diploma de Doutor em Futebol, devidamente
assinado pelo Diretor do Departamento de Cooperação e Propaganda, Vicente Rao e
pela Presidente da Legião de Torcedoras, Alayde Jardim Fagundes. A analogia de
6 (seis) conquistas consecutivas, inédita até então no futebol profissional da
América, foi feita com a duração do curso de Medicina, que na época durava 6
anos para formação de um Médico. Daí o nome de “Doutores em Futebol”. Em nossa
pesquisa, com dificuldades conseguimos uma cópia do diploma concedido a um dos
integrantes daquele famoso time, qual seja, do goleiro reserva Di Lorenzi, que
pode ser visto na foto dos campeões (antepenúltimo de pé à direita). Só
lamentamos o mau estado de conservação da cópia anexada.
Do Blog Arquibancada
Colorada – O Beira-Rio na Internet)
→ O Inter foi o primeiro clube
gaúcho a vencer um clube paulista no Pacaembu, São Paulo. A partida aconteceu
em 28 de maio de 1967 e valia pela fase final do Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
O Inter bateu o Corinthians por 1
a 0, gol de Lambari, que acabou sendo homenageado com a
exposição de suas chuteiras numa vitrine da Rua da Praia, em Porto Alegre.
Foto do time
ganhador, Lambari, o penúltimo agachado.
→ O lendário ponta-direita
colorado, Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha, que atuou no clube entre
1939 e 1949, não recebia salários pelo seu trabalho. Tesourinha jogava em troca
de 1 litro
de leite por dia.
Tesourinha no último jogo nos Eucaliptos
Adeus aos Eucaliptos
Por Athos Ronaldo
Miralha da Cunha
Posso imaginar o que sentiu Larry
Pinto de Farias ao ver o início da demolição do Estádio dos Eucaliptos.
Possivelmente um sentimento de perda e vazio. Impotência diante da máquina avassaladora.
O estádio inaugurado num distante
março no início da década de 30 dá lugar a um condomínio residencial. Em breve,
o gramado onde brilharam Ivo, Alfeu, Nena, Assis, Ávila, Abigail, Russinho,
Villalba, Tesourinha, Adãozinho e Carlitos, craques do lendário Rolo Compressor
será, apenas, algumas lembranças de saudosos torcedores do Sport Club
Internacional.
Não conheci os Eucaliptos, sequer fui
fazer uma visita para ver o palco que abrigou jogos da Copa de 50. O Estádio
dos Eucaliptos nunca esteve nos meus roteiros em visita a Porto Alegre.
Não tive a felicidade de assistir ao
Rolo Compressor e não vi as atuações de Tesourinha e Cia. Essa turma de
boleiros só nos livros e fotos.
A minha geração é a do Gigante da Beira-Rio.
Que também é um templo sagrado de mitos e lendas do futebol.
A geração do Bigorna, Bola-bola e Dom
Elias Figueroa. Da mesma forma que alguns torcedores mais idosos têm a
escalação do Rolo Compressor na cabeça, eu tenho a da equipe campeã de 75 e o
inesquecível Gol Iluminado.
Não tenho esse sentimento de afeto ao
Estádio dos Eucaliptos, mas posso imaginar que seja a mesma sensação
melancólica de um ferroviário ao contemplar as ruínas de uma estação da Viação
Férrea. E esse sentimento – como filho de ferroviário –, eu tenho presente. São
emoções indescritíveis como folhar um corroído álbum de fotografias que contam
a história de uma Era. A história de um tempo que está marcado nos gritos de
uma torcida ou num gol de bicicleta.
O Estádio dos Eucaliptos
ficará na memória dos torcedores – e na memória dos filhos e netos desses
torcedores –, nas fotos, em um perdido filme de uma tabelinha de Larry e
Carlitos. Na voz de um narrador alucinado com um desconcertante drible de Tesourinha.
Essa é a historia que deverá ser contada e escrita nos pormenores detalhes.
É uma pena. Os Eucaliptos poderiam
abrigar a história do futebol, a memória dos esportes, mas temos que
compreender que futebol e time campeão não se faz com sentimentalismo e
nostalgia. Hoje, futebol é um negócio cujo resultado vem das quatro linhas do
gramado. Não basta ter um estádio, tem que ter time e time vencedor.
Assim, resignado, mas com o mesmo
sentimento de Larry, entendo o adeus aos eucaliptos.
O Beira-Rio é o nosso palco e o Rolo
Compressor nós refaremos junto ao pôr do sol do Guaíba. E quando o capitão
colorado levantar a taça de campeão estará saudando os craques do passado e as
glórias do Estádio dos Eucaliptos.
→ Larry Pinto de Faria, ídolo
colorado dos anos 50, foi o primeiro jogador do Inter a exercer um mandato político.
Larry elegeu-se deputado estadual pela UDN em 1962.
→ O torcedor símbolo do
Inter nos anos 40 chamava-se Charuto. Ele entrava no estádio e bebia de graça.
Charuto, "concentrado", para mais um jogo do Inter
→ O primeiro jogador negro a atuar pelo Inter foi Dirceu
Alves, que era zagueiro, no ano de 1925.
→ O Internacional teve, como mascote, nos anos 40, uma cabrita chamada Chica. Ela entrava em todos jogos do Inter no estádio dos Eucaliptos. No campo do adversário era complicado a sua permanência entre os torcedores, mas sempre se dava um jeito...
→ Na era Beira-Rio, o
técnico Rubens Minelli, foto abaixo, é o detentor do recorde de permanência no cargo: 3 anos,
11 meses e 10 dias.
→ A maior goleada aplicada pelo
Inter em clássicos
Grenais aconteceu em 17 de setembro de 1948, Inter 7x0.
→ A maior invencibilidade
do Inter na sua história ocorreu no ano de 1984, sob o comando do técnico
Otacílio Gonçalves da Silva Jr.; o colorado chegou a incrível marca de 39
partidas sem perder. Foram 26 vitórias e 13 empates. A sequência foi quebrada
em 21/10/1984 pelo Santa Cruz que bateu o Inter por 2 a 1 em Santa Cruz do Sul pelo
Gauchão daquele ano.
→ No Grenal do dia
01.11.1938, em uma tarde de domingo, no estádio da Timbaúva, em partida amistosa
válida pela disputa da Taça Martel, o colorado venceu o tricolor por 6 a 0, e o árbitro Álvaro
Silveira ainda anulou 5 gols do Inter.
→ O zagueiro Nena do Inter,
na época do Rolo Compressor, na década de 40, tinha o apelido de “Cabeça de
Aço”*, porque nas bolas aéreas tiradas por ele quase sempre surgiram perigosos
contrataques.
Nena, o parada 18
* E tinha também o apelido de Parada 18, um ponto de parada de ônibus no
Bairro da Tristeza, onde havia uma famosa loja, que muitos paravam para fazer
compras. Ninguém passava pelo Nena, todos paravam na parada 18.
→ No dia 7 de julho de 1963 foi lançada a pedra fundamental da construção do Estádio Gigante da Beira-Rio. Para celebrar o momento, uma missa comandada pelo bispo Dom Edmundo Kunz, conselheiro do clube na época, foi celebrada neste dia. "Aqui todos serão iguais, sem diferenças ideológicas, políticas, religiosas, sociais - todos serão irmãos", afirmou durante a missa Dom Edmundo.
→ No dia 7 de julho de 1963 foi lançada a pedra fundamental da construção do Estádio Gigante da Beira-Rio. Para celebrar o momento, uma missa comandada pelo bispo Dom Edmundo Kunz, conselheiro do clube na época, foi celebrada neste dia. "Aqui todos serão iguais, sem diferenças ideológicas, políticas, religiosas, sociais - todos serão irmãos", afirmou durante a missa Dom Edmundo.
Quem estava presente pelo Inter
foi José Pinheiro Borda, de terno claro, à esquerda, e pela Arquidiocese de Porto Alegre Dom Edmundo Kunz. Na ocasião, foi plantada a primeira árvore do futuro estádio.
José Pinheiro Borda, à esquerda. A foto do evento é de Norma Prates
José Pinheiro Borda e o governado Leonel Brizola
Corinthians: Marcial; Jair Marinho, Ditão, Clóvis e Maciel; Dino e Rivelino (Nair); Bataglia (Marcos), Tales, Silvio (Flávio) e Gilson Porto. Técnico: Zezé Moreira.
Membros da Comissão
de Obras no aterro onde foi erguido o Gigante.
Na foto acima, o aterro avançando no rio...
→ José Pinheiro Borda foi
presidente do Conselho Administrativo do Sport Club Internacional e da Comissão
de Obras do Estádio Beira-Rio. Colorado apaixonado, dedicou os anos finais da
sua vida ao Clube, trabalhando incansavelmente para a construção do Estádio
Beira-Rio. Faleceu em 25 de abril de 1965, anos antes da inauguração do
estádio.
→ O maior sonho de José Pinheiro
Borda* era ver o Beira-Rio pronto. Infelizmente, ele faleceu em 25 de abril de
1965, aproximadamente quatro anos antes de realizar seu sonho. Dentre as frases
mais importantes proferidas por esse ilustre personagem da história do
Internacional, podemos destacar esta: “Tenho três coisas em minha vida que eu
prezo profundamente: a minha querida esposa, o Internacional e o Gigante da
Beira-Rio”.
*A Avenida em frente ao estádio
Beira-Rio, chama-se Padre Cacique e o seu prolongamento, incluindo o viaduto,
em direção à Zona Sul, chama-se Avenida José Pinheiro Borda e o nome oficial do estádio
também é Estádio José Pinheiro Borda, conhecido como Beira-Rio.
Leandro Fonseca
(Equipe de pesquisa
do Museu do Inter)
→ A primeira vitória do
Internacional em São Paulo ,
Estádio do Pacaembu: A histórica vitória de 1 a 0 do Inter sobre o Corinthians aconteceu no
dia 28 de maio de 1967. O Corinthians havia vencido suas 15 partidas anteriores
e parecia imbatível. Mas, com gol de Lambari em pleno Estádio Pacaembu ,
foram os gaúchos que comemoraram. O jogo foi válido pela fase quadrangular
final do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Até então nenhum gaúcho tinha
conseguido tal feito. Time da vitória:
Ficha técnica – Corinthians 0×1 Inter – 28/05/67
Corinthians: Marcial; Jair Marinho, Ditão, Clóvis e Maciel; Dino e Rivelino (Nair); Bataglia (Marcos), Tales, Silvio (Flávio) e Gilson Porto. Técnico: Zezé Moreira.
O time do Internacional que
quebrou o tabu do Pacaembu era quase o time da foto acima: em
pé, da esquerda para a direita: Gainete, Sadi, Scala, Luis Carlos, Elton e
Laurício. Agachados, na mesma ordem: Carlitos, Bráulio, Joaquim (na foto Davi),
Lambari e Dorinho. Técnico Sérgio Torres.
Obs.: Marino entrou no lugar do
Bráulio, Claudiomiro no lugar de Joaquim. Técnico: Sérgio Torres. Gol:
Lambari (I). Local: Pacaembu.
Obs. Essa foto é do primeiro
Gre-Nal oficial nacional realizado para uma competição oficial nacional. O
Internacional venceu o Grêmio por 2 X 0, com gols de Bráulio e Carlitos
→ Último do time do Internacional a
jogar no Estádio dos Eucaliptos, foto abaixo, no anos de 1968 começo de 1969:
Em pé, da esquerda para a direita: Gainete, Sadi, Scala, Luis Carlos, Tovar e
Laurício; agachados, na mesma ordem: Valdomiro, Bráulio, Claudiomiro, Dorinho e
Canhoto.
→ O estádio Beira-Rio foi
inaugurado em 06.04.1969, e, na partida, o Inter aplicou 2 a 1 no Benfica de Portugal.
Claudiomiro, de cabeça, e Gilson Porto marcaram os gols colorados. Eusébio
descontou para os portugueses.
→ Na foto acima, Euclides
Triches, governador do Estado e Telmo Thompson Flores, Prefeito, cortam a fita
simbólica da inauguração do estádio.
Banda dos Fuzileiros Navais se apresentando no Beira-Rio
Cortando a fita simbólica no dia da inauguração.
Cortando a fita simbólica no dia da inauguração.
Inauguração do Beira-Rio: na foto, titulares e reservas.
Primeiro Placar eletrônico
Em pé: Pontes, Rafael, Vacaria, Figueroa, Falcão e Edson Madureira.
Agachados: Valdomiro, Carpegiani, Zé Antônio, Dejair e Volmir
A foto acima é de 22.09.1973. Perdemos por 1x0 para o Corinthians, no Pacaembu, SP. Desse time, dois anos depois, Pontes, Vacaria, Figueroa, Falcão, Valdomiro e Paulo Cesar Carpegiani seriam campeões brasileiros de futebol.
→ Em 1974, o Internacional
conquistava pela 2ª vez o hexacampeonato gaúcho com uma campanha inacreditável:
18 jogos - 18 vitórias, título que antes somente havia sido alcançado pelo Rolo
Compressor em 1945, e pelo Grêmio em 1967.
→ O chamado Grenal
Farroupilha, disputado em 22 de setembro de 1935, foi o último jogo do lendário
goleiro Eurico Lara pelo Grêmio. Adoentado, Lara foi substituído por Chico no
intervalo. Hospitalizado, faleceu dois meses depois.
→ O recorde de títulos
consecutivos na história do Gauchão é do Inter. De 1969 até 1976, na chamada
Era Beira-Rio, o Inter conquistou o octacampeonato. Nesse período, o time que
apresentava Figueroa, Falcão e Carpegiani, alcançou a marca de 17 Grenais sem
derrota.
→ O recorde de gols de um
só jogador em Grenal pertence a um atacante do Inter: Vares, que marcou todos
os seis gols na vitória de 6 a
1 sobre o Grêmio, em 1916.
→ O Internacional foi
campeão gaúcho pela primeira vez em 1927. Para chegar ao título, a equipe venceu
a final contra o Grêmio Bagé. No total, o Inter tem 33 títulos regionais.
→ Carlitos, o maior
goleador da história do Grenal, disputou seu último clássico em 25 de maio de
1951. Da estreia em junho de 1938 à despedida, foram 14 anos de Grenal, com 62
jogos e 40 gols marcados.
→ Ao vencer o Gre-Nal de 26 de
agosto de 1976, o Internacional suplantou o hepta do Grêmio e construiu o maior
título da história do Campeonato Gaúcho. Aquela vitória de 2xO no Beira-Rio
coroa uma série de oito conquistas consecutivas, desde 1969. Era o octacampeonato.
Ao longo dos oitos vitoriosos anos, o Inter estabeleceu uma marca
impressionante: disputou 214 jogos, com 168 vitórias, 36 empates e apenas 10
derrotas, marcando 430 gols e sofrendo 76.
→ O Internacional foi o único campeão invicto do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1979, sob o comando do técnico Ênio Andrade. Na foto abaixo, da esquerda para a direita, em pé, o time campeão: João Carlos, Benitez, Mauro Pastor, Falcão, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro. Agachados, na mesma ordem: Valdomiro, Jair, Bira, Batista e Mário Sérgio*.
→ O time do Inter, campeão brasileiro de 1975, participou da inauguração do estadio Índio Condá, em 25 de janeiro de 1976, do time da Chapecoense, em Chapecó, SC.
A Chapecoense fez o jogo de inauguração do Estádio Índio Condá e chamou o Internacional, que na época era campeão brasileiro, Bira (Burro) teve a felicidade de fazer o primeiro e único gol daquela partida. Há uma placa no estádio com o nome Bira do Amapá, autor do primeiro gol do estádio.
→ O Internacional, nos anos de 2006 e 2007, conquistou a Tríplice Coroa: Taça Libertadores da América, Taça do Campeonato Mundo Interclubes e Taça da Recopa dos Campeões. Abaixo a três traças que estão no Museu do Internacional.
Os donos do poder
→ Inspirada num competente
trabalho de vestiário instaurado no Grêmio durante os anos 60, a diretoria do Inter
confiou a um quinteto de jovens colorados a tarefa de organizar com o
vice-presidente Aldo Dias Rosa o futebol colorado em 1969. Trouxeram novos
conceitos e implementaram uma filosofia que ajudaram a pavimentar a trajetória
vitoriosa do Inter ao longo dos próximos oito anos. Donos do poder, Cláudio
Cabral, Hugo Amorim, Ibsen Pinheiro (foto acima), Ivo Corrêa Pires e Paulo Portanova
ficaram conhecidos como os mandarins.
Octa, o maior de todos os títulos
→ Em 1976, o Internacional
conquistou o Octacampeonato Gaúcho, maior série de títulos consecutivos no
Estado, ganhando
todos os campeonatos regionais de 1969 a 1976. Foi um grande feito
alcançado pelo Internacional, que superou o heptacampeonato do seu rival
Grêmio, até então, a maior sequência. Os anos 70 seriam ainda mais alegres para
o torcedor colorado, que ainda veria seu time ser tricampeão brasileiro. O bom
período ainda consagrou grande parte dos maiores ídolos da história colorada,
como Paulo Roberto Falcão, Figueroa, Carpegiani e Valdomiro.
Elenco do Inter octacampeão
*Mário Sérgio, como comentarista da Fox
Sports, faleceu na Colômbia, em 30.11.2016, quando ia cobrir o jogo da
Chapecoense.
A Chapecoense fez o jogo de inauguração do Estádio Índio Condá e chamou o Internacional, que na época era campeão brasileiro, Bira (Burro) teve a felicidade de fazer o primeiro e único gol daquela partida. Há uma placa no estádio com o nome Bira do Amapá, autor do primeiro gol do estádio.
Inter no Estádio
Índio Condá
→ Abaixo, a Comissão Técnica
vencedora do campeonato em que o Internacional ganhou invicto em 1979:
Ênio Andrade, Gilberto Tim, o médico e Frederico Arnaldo Balvê
→ Na semifinal, de 1979, o Inter
teve pela frente um adversário complicadíssimo: o Palmeiras de Telê Santana
e Jorge Mendonça, num duelo que serviria para desempatar os clubes que mais
levantaram a taça do Brasileiro naquela década (duas vezes cada um). Quem
vencesse, diziam muitos, já seria o virtual campeão e o “campeão dos anos 70” no
Brasil. O Internacional ganhou do Palmeiras 3 a 2. Antes do jogo contra o Palmeiras, o
Jornal da Tarde, de São Paulo, provocou ao questionar quem era melhor: Mococa,
do Palmeiras, ou Falcão, do Internacional. No dia seguinte, a
pergunta foi respondida…
→ Paulo Roberto Falcão,
o maior craque da história moderna do Internacional e, talvez, de
todos os tempos.
Falcão com taça do Tri brasileiro em 1979
→ Na edição de 1982, O
Internacional disputou o Torneio Joan Gamper, o quadrangular foi disputado com
os cruzamentos de Barcelona x Internacional e Colônia x Manchester City
decidindo quais equipes disputariam a final. A torcida dos catalães estava
muito empolgada porque era a estreia Diego Maradona no remodelado Camp Nou. .
A partida terminou em 0 a 0 e o Colorado venceu nos pênaltis por 4
a 1, com gols de Ruben Paz, Andrezinho, Ademir Kaefer e André Luiz. Apenas
o Maradona conseguiu converter um pênalti pela equipe catalã. Enquanto isso, o
Manchester City também elimina o Colônia através das penalidades, após empate
de 1 a 1. Na final, no dia 25 de agosto de 1982, o Internacional
foi escalado com: Benítez, Edvaldo, Mauro Pastor, André Luís, Mauro Galvão,
Ademir Kaefer, Paulo Cezar (Fernando Roberto), Ruben Paz, Muller (Joãozinho),
Cléo (Sílvio) e Silvinho. E o Manchester City jogou com: Corrigan, Radson,
MacDonold, Tweart, Bond, Caton (Davis), Reeves, Hartford, Cross, Powell e
Hereide. O Inter teve uma atuação de altíssimo nível contra o Manchester City e
o derrotou por 3 a 1. Os gols do título foram marcados por Edvaldo,
Paulo Cezar e Fernando Roberto, e MacDonald descontou para a equipe inglesa.
Mauro Galvão, Maradona e André Luis, abaixo, levantando o troféu:
Os dois times: Internacional e Barcelona
O Troféu Joan Gamper de 1982 foi
a 17ª edição da competição. O Internacional, de Porto Alegre,
foi o campeão, após ganhar de 3x1 do Manchester City. O Barcelona
terminou em terceiro, vencendo o Kõln, que ficou em quarto. Numa das semifinais, o
Internacional havia derrotado o anfitrião Barcelona, nos pênaltis, por 4 a 1, após empate em 0 a 0 no tempo normal. Este
jogo é até hoje recorde de público do torneio, com mais de 110 mil torcedores
que compareceram para ver a estreia no Barça de sua (na época) maior
contratação, o argentino Diego Maradona.
Os dois times: Internacional e Barcelona
→ Situado em uma área
privilegiada de Porto Alegre, junto à orla do Rio Guaíba e com uma abundante
área verde, o Parque Gigante é a área de lazer oferecida aos sócios do Sport
Club Internacional. O Parque foi fundado no dia 20 de janeiro de 1983, e a
partir de 29 de novembro de 1992, ele foi batizado com o nome de Ephrain
Pinheiro Cabral, homenageando o ex-presidente do clube, autor do projeto de
doação do terreno onde está situada esta magnífica área de lazer.
Pôr-do-sol visto do Parque Gigante
Com uma área de 13 hectares , a área dispõe das seguintes
instalações:
- Galpão Crioulo com capacidade para 200 pessoas
- Salão de festas para 90 pessoas
- 4 quiosques coletivos (para 50 pessoas) com churrasqueira;
- 40 quiosques individuais com mesas e bancos
- Parques infantis
- Piscinas ao ar livre;
- Piscina térmica, semi-olímpica
- Quadras de Futevôlei, futebol de salão e vôlei
- 4 quadras de tênis: com piso de saibro, sendo duas com iluminação
- Áreas de lazer
- Amplo estacionamento
- Amplos vestiários
Parque Gigante: piscinas
Parque Gigante: quadras de tênis e campos de treinamento
→ O Internacional conquistou a Copa Brasil de 1992.
Ficha Técnica do jogo:
Copa do Brasil de 1992 – Final – 2º Jogo
• Data: Sábado, 13 de Dezembro de 1992
• Estádio: José Pinheiro Borda “Beira-Rio”, em Porto Alegre /RS
• Público : 32.722 pagantes – Renda: Sem Registro
• Árbitro : José Aparecido de Oliveira (SP)
• Advertências: Ézio, Sérgio Manoel, Souza e Marquinhos (Flu)
• Expulsão: Zé Teodoro (Flu), aos 40′ minutos do 2º tempo
Na foto acima, os campeões do Copa Brasil de 1992: em pé, da esquerda para a direta:
Em pé: (Gato) Fernandez, Célio Silva, Célio Lino, Márcio, Pinga e Daniel;
Agachados: Nando, Elson, Maurício, Gérson e Marquinhos.
Agachados: Nando, Elson, Maurício, Gérson e Marquinhos.
Técnico; Antônio Lopes
Com esse resultado o Internacional sagrou-se campeão da Copa
do Brasil pela primeira vez e garantiu uma vaga na Copa Libertadores em 1993.
O pênalti que resultou no gol do Inter foi duvidoso, houve muita reclamação por
parte dos jogadores do Fluminense e Zé Teodoro acabou expulso.
Desde de 1979 o Internacional não conquistava um título nacional.
O inter foi o 1º clube a conquistar a Copa do Brasil de forma não-invicta.
Outra formação do time do Inter de 1992:
Taça da Libertadores, Taça do Mundial e da Taça da Recopa
→ Em 2006, o Internacional conquista
o seu primeiro título de Campeão Mundial de Futebol. O time, na foto abaixo, tinha a
seguinte formação: Em pé, da esquerda para a direita: Alexandre Pato, Índio,
Edinho, Wellington Monteiro, Fabiano Eller e Clêmer; na primeira fila, na mesma
ordem: Ceará, Iarley, Alex, Fernandão e Rubens Cardoso. Entrou no segundo
tempo, no lugar de Fernandão, Adriano Gabiru, que marcou o gol do título.
Técnico: Abel Braga.
→ Em 2006, Fernandão, foto acima , levantou a Taça de Campeão do Mundo FI
→ Em 2010, foi a vez do capitão
Bolívar, foto abaixo, levantar a Taça de Campeão da Libertadores da América:
→ Time base: Renan; Nei,
Bolivar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga (Andrezinho) e D'Alessandro
(Giuliano); Taison (Leandro Damião) e Alecsandro (Rafael Sóbis). Técnico: Celso
Roth.
Principais jogadores do
Internacional de 2010: Renan, Pato Abbondanzieri, Nei, Kleber, Bolívar, Índio,
Fabiano Eller, Sandro, Guiñazu, D’Alessandro, Tinga, Giuliano, Andrezinho,
Alecsandro, Taison, Rafael Sobis, Leandro Damião.
→ Na fila ao alto, da esquerda para
a direita: Bolívar, Sandro, Renan, Índio, Kleber, e Guiãzú; na primeira fila,
na mesma ordem: Taison, Nei, Alecsandro, Dalessandro e Giuliano.
→ Em 2008, o Internacional conquistou a Copa Sul-Americana, com o seguinte time que jogou a última partida contra o Estudiantes de La Plata: Lauro, Bolívar, Índio, Álvaro, Marcão, Edinho, Magrão, Guiñazu, D'Alessandro, Alex, Nilmar, Técnico: Tite. Abaixo, a foto dos titulares e reservas do Inter.
→ Em 2008, o Internacional conquistou a Copa Sul-Americana, com o seguinte time que jogou a última partida contra o Estudiantes de La Plata: Lauro, Bolívar, Índio, Álvaro, Marcão, Edinho, Magrão, Guiñazu, D'Alessandro, Alex, Nilmar, Técnico: Tite. Abaixo, a foto dos titulares e reservas do Inter.
Gols famosos de craques colorados
Carlitos e o seu famoso gol inclinado
Depoimento de Carlitos sobre esse gol: “Numa partida, lá na Timbaúva, contra o Força e Luz − o Hugo era zagueiro deles − teve uma hora em que nós estávamos ganhando não sei por quanto. Dali a pouquinho, o Tesoura centrou uma bola dentro da área, eu entrei na corrida, mas cheguei atrasado, quando ela vinha o Hugo tentou aliviar chutando e tum, a bola me deu no rosto em cheio, eu cai, e aí o Rui chegou e disse:
− Bom, levanta, levanta!
− Eu não enxergo nada, não enxergo.
− Pode levantar que foi gol.
A bola me cara e entrou.
Don Elias Figueroa
subia mais do que toda a defesa do Cruzeiro, em meio ao único raio de sol no
Beira-Rio, para fazer o histórico “Gol Iluminado”, que deu o título de Campeão
Brasileiro de 1975.
Abaixo, o gol acima visto de outro ângulo
Claudiomiro fazendo o primeiro gol do Beira-Rio, no dia de sua inauguração contra o Benfica de Portugal, em que o Inter ganhou por 2 a 1.
Fernandão fazendo o primeiro gol no jogo final da Libertadores de 2006, contra o São Paulo.
Gabiru fazendo, contra o Barcelona, em 2006, o gol mais importante da história do Inter.
do Estádio do Eucaliptos
→ O time do Internacional que ganhou o campeonato brasileiro de 1975, na foto abaixo, da esquerda para a direita, em pé: Valdir, Manga, Figueiroa, Hermínio, Chico Fraga e Falcão; agachados, na mesma ordem: Valdomiro, Caçapava, Flavio Minuano, Paulo Cezar Capergiani e Lula. Técnico Rubens Minelli.
→ O time do Internacional que
ganhou o bi-campeonato brasileiro de 1976, na foto abaixo, da esquerda para a
direita, em pé: Manga, Cláudio, Figueiroa, Vacaria, Marinho Perez e Falcão; agachados,
na mesma ordem: Valdomiro, Jair, Dario, Caçapava e Lula. Técnico Rubens Minelli.
Estádios do S. C. Internacional
Primeiro Estádio , já na chácara dos Eucaliptos, em 1945
Estádios do Eucaliptos - anos 50
Como seria o Estádio dos Eucaliptos,
que nunca foi concluído.
Acima, numa foto do Morro Santa Teresa, vemos abaixo,
o local onde seria construído o Estádio Beira-Rio.
Terreno para a construção do estádio
O estádio sendo construído dentro do Rio Guaíba
Área tirada do rio para a construção do estádio
Iniciando a construção do estádio.
Beira-Rio antigo
Beira-Rio antigo
Estádio Beira-Rio, para a Copa de 2014.
Beira-Rio atual
Beira-Rio iluminado
Beira-Rio interior do estádio
Beira-Rio: visão dos camarotes
Centro de Treinamento no Parque Gigante
Foto do último jogo no Beira´Rio da Copa de 2014
Viaduto próximo ao estádio
O Complexo Beira-Rio para o futuro
Estádio José Pinheiro Borda (Beira-Rio)
Capacidade: 51.800
País: Brasil
Cidade: Porto Alegre
Clube: Sport Club Internacional
Inauguração: 6 de abril de 1969
(Internacional 2 - Benfica 1)
Obras de renovação:
2002-2007-2010-1014
Recorde de público: 106.554
(Seleção Gaúcha contra Seleção Brasileira: 17/06/1972)
Design: Hype Studio (2010)
Custo: R$ 330 milhões de reais
Empresa contratada: Andrade
Gutierrez (2010-2014)
Endereço: Avenida Padre Cacique,
891, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, CEP: 90180-240, Brasil.
Foto de Gilberto Simon
À esquerda, o Parque Gigante, no meio da foto, a Avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), ainda sem a duplicação; a área do antigo estádio, à direita.
Recorde de público no Beira-Rio
“Não estou entendendo nada. Estou
em outro país?”, questionou o atacante Paulo César Caju para Valdomiro durante
o amistoso entre a Seleção Gaúcha e a Seleção Brasileira, no Beira-Rio,
realizado em 17 de junho de 1972 e que até hoje detém o recorde de público na
casa colorada: mais de 110 mil pessoas, com 106.554 pagantes. O “Furacão da
Copa” Jairzinho chegou a afirmar que teriam pedido o passaporte para os
jogadores do Brasil no Aeroporto Salgado Filho e que temia por prováveis lances
de violência por parte dos jogadores gaúchos no amistoso, o que acirrou ainda
mais o clima de guerra da partida.
Nos 90 minutos, a Seleção Gaúcha
esteve sempre na frente. Fez 1 a
0 com Tovar. O Brasil empatou com Jairzinho. Carbone fez 2 a 1 para os gaúchos, mas
Paulo César Caju igualou de novo. Aí Claudiomiro marcou o terceiro dos sulistas
e Rivellino decretou o empate final. Os gaúchos atuaram com Schneider;
Espinosa, Figueroa, Ancheta e Everaldo; Carbone, Tovar e Torino; Valdomiro,
Claudiomiro e Oberti (Mazinho). O Brasil jogou com Leão (Sérgio); Zé Maria,
Brito, Vantuir e Marco Antônio; Clodoaldo, Piazza e Rivelino; Jairzinho,
Leivinha e Paulo César Caju.
(Correio do Povo)
Aquela foto do time do Internacional do Robertão de 1967 (atual Camp.Brasileiro) não é do time colorado que venceu o Corinthians no Pacaembu. Esta foto da página é do 1°Gre-Nal oficial realizado por uma competição oficial nacional. O Internacional venceu o Grêmio por 2 x 0, Bráulio e Carlitos (não é o mesmo dos anos 40) marcaram para o Internacional. Mais uma correção: O 3° jogador agachado não é o Joaquim, é o centroavante Davi, que era cunhado de Pelé..
ResponderExcluirAmigo Júlio Cezar, farei a devida correção. Obrigado pela mensagem.
ExcluirEmocionante relembrar o início de um grande clube, principalmente para uma geração que não vivenciou todas essas conquistas. São informações que perpetuaram.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, percebe-se que é uma pessoa que entende muito do Inter e de futebol.
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