− Não te esperávamos tão cedo,
Fernandão.
− Dallegrave, querido amigo, nem faz tanto tempo.
− Quero te apresentar alguns dos seus fãs aqui.
− Este é Frederico Arnaldo Ballvé.
− Já ouvi falar do senhor no Internacional. Muito.
− Dallegrave, querido amigo, nem faz tanto tempo.
− Quero te apresentar alguns dos seus fãs aqui.
− Este é Frederico Arnaldo Ballvé.
− Já ouvi falar do senhor no Internacional. Muito.
− Aqui estão Gilberto Medeiros,
Marcelo Feijó, Paulo Rogério Amoretty, Carlos Papaléo…
− Lá ao
fundo está correndo um treino.
− Daqui não dá para identificar eles, Dallegrave.
− Daqui não dá para identificar eles, Dallegrave.
− O treinador é Ênio Andrade e o
cara botando eles para correr é o Gilberto Tim. Amanhã tem treino.
− Pega a tua camisa, a 9. És o novo titular do
time aqui do céu.
− Parabéns pelo título Mundial/Fifa, garoto.
− Obrigado, Ballvé.
− A turma aqui de cima foi decisiva.
− Não entendi.
− Deus não joga, mas fiscaliza.
− Continuo não entendendo.
− Então tudo acha que o Ronaldinho errou aquela falta.
− Não errou?
− Nós tiramos com os olhos.
− Tivemos uma conversinha com Ele, que é brasileiro.
− Parabéns pelo título Mundial/Fifa, garoto.
− Obrigado, Ballvé.
− A turma aqui de cima foi decisiva.
− Não entendi.
− Deus não joga, mas fiscaliza.
− Continuo não entendendo.
− Então tudo acha que o Ronaldinho errou aquela falta.
− Não errou?
− Nós tiramos com os olhos.
− Tivemos uma conversinha com Ele, que é brasileiro.
− O Feijó adaptou uma música para ti, uma do
Moacyr Franco. Virou Balada número 9. Canta aí, Feijó.
Ergue os seus braços e corre outra vez no gramado,
Vai tabelando o seu sonho e lembrando o passado,
No campeonato da recordação faz distintivo do seu coração,
Que as jornadas da vida, são bolas de sonho.
Que o craque do tempo chutou.
Cadê você, cadê você, você não passou,
O que era doce, o que não era não se acabou,
Cadê você, cadê você, você não passou,
No vídeo tape do sonho, a história gravou.
Vai tabelando o seu sonho e lembrando o passado,
No campeonato da recordação faz distintivo do seu coração,
Que as jornadas da vida, são bolas de sonho.
Que o craque do tempo chutou.
Cadê você, cadê você, você não passou,
O que era doce, o que não era não se acabou,
Cadê você, cadê você, você não passou,
No vídeo tape do sonho, a história gravou.
− E agora, todos juntos, que eu sei que tu
vais gostar, Fernandão. Um, dois, três… Vamos
lá, puxa a cantoria, Fernandão.
Glória do desporto nacional
Oh, Internacional
Que eu vivo a exaltar
Levas a plagas distantes
Feitos relevantes
Vives a brilhar
Correm os anos, surge o amanhã
Radioso de luz, varonil
Segue a tua senda de vitórias
Colorado das glórias, Orgulho do Brasil.
Encontro-me
em estado de choque, desnorteado desde que soube da tragédia. A ficha não caiu. E talvez nunca caia.
(Hiltor Mombach –
Correio do Povo, de 9 de junho de 2014)
Agradecimento da Família de Fernandão
“Eu e o Fernando
nascemos e nos apaixonamos em
Goiás. Foi aqui que decidimos construir uma vida juntos e
onde escolhemos criar nossos filhos, Enzo e Eloá.
Nos últimos 13 anos
vivemos intensamente o nosso amor. Meu marido era um homem movido a desafios e
eu o seguia de olhos fechados. Quando Fernando me disse, em 2004, que queria
voltar ao Brasil, eu não hesitei em arrumar a bagagem. Várias foram as
propostas, mas ele escolheu o Sport Clube Internacional e Porto Alegre seria
nossa nova casa. Foi amor à primeira vista e, acima de tudo, correspondido.
A torcida colorada nos
ganhou desde a chegada à cidade. O gol 1000 do Gre-Nal era um presságio que
Fernando, um homem de certezas e convicções inabaláveis, estava mais uma vez
certo. O resto da história todo mundo sabe.
Fernando foi tudo no
Inter: diretor, técnico, jogador e, sempre torcedor. Depois que saímos de Porto
Alegre seguimos torcendo pelo Colorado e é por isso que, pouco mais de 48 horas
depois da tragédia que abalou nossa família e o mundo do futebol, escrevo essas
palavras de agradecimento.
É impossível agradecer
individualmente cada uma das mensagens que chegaram de diferentes formas até
nossa família. Milhares delas vindas do Rio Grande do Sul.
Obrigada aos colorados
que nos acolheram desde o primeiro momento e obrigada também aos gremistas que
deram demonstrações de respeito pela figura do adversário. Obrigada aos
torcedores dos clubes do interior e de todo o Brasil que, de diferentes formas,
homenagearam meu marido.
A dor, que é imensa
para mim, Enzo, Eloá e Thayná, é amenizada pelos afagos quentes que chegam do
outono gaúcho. Tudo que Fernando veio fazer, ele fez.
Ele foi embora com o
dever cumprido. Como milhares de colorados cantaram para o Fernando “… Nunca te
esquecerei…”.
Saibam também que ele,
lá de cima, e nós aqui em casa nunca nos esqueceremos de vocês.“
(Fernanda Costa).
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