quarta-feira, 23 de julho de 2014

Textos de Paulo Sant´Ana*



*Jornalista gaúcho

Os brilhantes e os aplicados

Conheço muita gente brilhante. E conheço muito mais gente aplicada.

Quase sempre o sujeito se torna aplicado por não ser brilhante.

O brilhante muito mais pensa do que faz. Já o aplicado mais faz do que tem a capacidade de pensar.

O aplicado realiza uma verdadeira mão de obra para chegar ao sucesso.

Já o brilhante despende menos suor para ter êxito.

Dá-se o seguinte: quando a pessoa sente que não é brilhante e quer vencer na vida, então adota a aplicação.

Só com muito esforço uma pessoa pode suprir a falta de brilhantismo.

Haja suor, haja trabalho, haja organização, isso é a aplicação.

Quando você vê uma pessoa agindo sempre, preenchendo todos os espaços, estando em todos os lugares, executando todas as tarefas, a isso se chama aplicação.

Já o brilhante não precisa esforçar-se e consegue ótimos resultados sem trabalhar muito. A força das suas ideias é poderosa, leva tudo pela frente e realiza coisas prodigiosas.

Eu admiro muito os aplicados. Mas eu gosto mesmo, eu sou apaixonado pelos brilhantes. Quando me dizem, por exemplo, que determinada pessoa é descuidada, eu corro para conhecê-la.
É que os brilhantes são sempre descuidados, são distraídos, isto é, não se aplicam.

Eu dou um doce para ouvir uma ideia, um pensamento, uma solução de um brilhante. O brilhante tem solução pronta para quase tudo. Já o aplicado tem de entregar-se muito ao trabalho para chegar a uma solução.

Ah, eu ia me esquecendo: nunca vi um brilhante aplicado.

O que eu aprendi na vida...
  
Aprendi que ninguém é perfeito enquanto não se apaixona.

Aprendi que a vida é dura, mas eu sou mais duro do que ela!

Aprendi que as oportunidades nunca se perdem; as que você desperdiça alguém as aproveita!

Aprendi que quando você se importa com rancores e amarguras, a felicidade vai para outra parte.

Aprendi que devemos sempre falar boas palavras, pois amanhã nunca se sabe as que teremos que ouvir.

Aprendi que um sorriso é uma maneira econômica de melhorar seu aspecto.

Aprendi que não posso escolher como me sinto, mas posso sempre fazer alguma coisa.

Aprendi que, quando seu filho recém-nascido, segura o seu dedo na sua mão, ele tenta prendê-lo para toda a vida!

Aprendi que todos, todos querem viver no topo da montanha, mas toda a felicidade está durante a subida.

Aprendi que da viagem, temos que aproveitar a ida e não apenas pensar na chegada.

Aprendi que o melhor é dar conselhos só em duas circunstâncias: quando são pedidos e quando deles depende uma vida.

Aprendi que quanto menos tempo se desperdiça, mais coisas se podem fazer.

*****

Francisco Paulo Sant'Ana foi um cronista, escritor e comentarista esportivo brasileiro, torcedor símbolo do Grêmio.
Nascimento: 15 de junho de 1939, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Falecimento: 19 de julho de 2017, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.


Um comentário:

  1. Aqui estou, 00:32 lendo os textos do Paulo Sant’Ana. Meu pai assinava a Zero Hora e eu adorava ler a coluna dele, por mais colorado que sou!! Obrigado por compartilhar esses textos. Vou dormir feliz!!

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