Gervásio e o sino
O caboclo Gervásio, lá dos fundões do
interior de São Paulo, é um tipo amalandrado. Trabalha duro na roça, ama a
mulher, mas gosta de tomar a marvada no fim do dia. A comadre é que não gosta
muito das bebedeiras do marido, mas toda vez ele vai dando um jeito de dobrar a
coitada. Teve um dia que Gervásio foi saindo, pé ante pé, rumo ao bar mais perto
de casa. A mulher já foi logo avisando:
Mulher:
– Ocê vai,
Gervásio, mas meia-noite eu fecho a porta.
Gervásio:
Gervásio:
– Pode
confiar, docinho. Antes da meia-noite eu tô aqui!
Ele se foi. Só que emenda conversa
com um, conta um causo de pescador pra outro, o tempo foi indo. Quando viu, já
era tarde demais. O sujeito vai pra casa, chega perto da porta devagar e,
quando vai bater, o sino da igreja toca uma vez. E dá-lhe aquele barulho
imponente que só igreja do interior tem, que ecoa nas montanhas lá longe. Ele
arrisca bater na porta mesmo assim.
Mulher:
Mulher:
– Eu não
falei que ocê não entrava depois da meia noite? Já é uma da manhã, seu bebum.
Gervásio:
– É nada,
mulher… Bateu 10 horas agorinha mesmo...
Mulher:
Mulher:
– Que nada,
homem! O sino bateu uma vez só, não ouviu?
Gervásio:
Gervásio:
– E ocê
queria que ele batesse o “0” como?
Podia estar bêbado, mas Gervásio era malandro que só vendo.
Podia estar bêbado, mas Gervásio era malandro que só vendo.
O dia em que o matuto Zé Laurentino tornou- se
“quipa”.
Aquele caboclo, o Zé Laurentino, de tão matuto, nunca tinha visto ou assistido pela tal da televisão um jogo de “fitibó”. Mas um dia, eis que passando por um campo de várzea, desses de arrancar toco mesmo, não só ele entra em contato com o “tar”, como, além de tudo, e na marra, o “coroné”, dono da fazenda, do campo, da bola e do apito, escala o dito cujo pra jogar. E de goleiro – ou de “quipa”, como se diz por lá.
E lá vai ele para o gol, defendendo a
redonda pra lá e pra cá, caindo toda a hora de boca na poeira. De repente... um
pênalti! Todos explicaram pra ele como é a coisa, e que a bola não poderia
entrar de jeito nenhum. Quem tomou posição foi o Zé Tombo, apelido que lhe foi
dado por derrubar vários “gorquipa” no chão com seus chutes poderosos. E a bola
partiu, mas partiu pra valer mesmo, e... Bom, deixa o Zé Laurentino arrematar
em versos o que sucedeu:
E quando eu fui pegá a bola,
Me atrapaiei, meu patrão.
Passô pru entre meus braço.
Bateu numa região,
Que foi batendo, eu caindo,
Espulinhando no chão.
Daquele dia pra cá,
nem mode ganhá dinhêro,
Num jogo mais de golêro,
Nem cum chuva, nem cum sór
Nem aqui, nem no deserto,
Nunca mais passo nem perto
Dum campo de futibór.
LEGAL :)
ResponderExcluirO caboclo trabalha muito ele gosta de mulheres gosta de marcada a mulher dele não gosta dele bebendo muito mas ele sempre da um jeito para ela não percebe o Zé nunca viu um jogo de futebol até que ele ficou interessado e quis conhecer mais até que ele começou a jogar ele virou um goleiro ele aprendeu a não deixa a bola ir na rede daí ele aprendeu a jogar
ResponderExcluirOi prof eu realizei a leitura
ResponderExcluirBeleza!
ExcluirOi professora eu não respondi más fiz a leitura solicitada.
ResponderExcluirPRO E O LEANDRO EU LI TUDO E GOSTEI
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