Kenneth Holmes
Embora
não tenha eu qualificações para me filiar aos Alcoólicos Anônimos, durante
muito tempo carreguei comigo um folheto intitulado “Só por hoje”, distribuído
pelos A.A. de minha cidade, nos EUA. A meu ver, essa publicação traz uma mensagem
aplicável a qualquer pessoa, em qualquer parte, em qualquer dia. E eis o que
dizem essas palavras.
Só por hoje, procurarei viver o dia que
passa apenas, sem tentar resolver ao mesmo tempo os problemas da minha vida
inteira. Por 12 horas apenas, poderei executar alguma coisa que encheria de
pavor se tivesse de realizá-la pelo resto de minha vida.
Só por hoje, sentir-me-ei feliz. Farei
verdadeira aquela frase de Abraham Lincoln: “A maior parte das pessoas se sente
feliz só porque se convence de que o é.”
Só por hoje, procurarei fortalecer minha
inteligência. Aprenderei alguma coisa de útil. Lerei alguma coisa que exija
esforço, pensamento e concentração.
Só por hoje, procurarei me ajustar aos
fatos, em vez de procurar ajustar tudo o que existe a meus próprios desejos.
Só por hoje, exercitarei minha alma de
três maneiras: procurarei fazer um benefício a alguém, sem contá-lo a quem quer
que seja. Farei pelo menos duas coisas que não desejava fazer − só por
exercício. E hoje, se alguma coisa me magoar, não o revelarei a ninguém.
Só por hoje, procurarei
mostrar a melhor aparência possível, vestir-me bem, falar baixo, agir
delicadamente, não fazer críticas e não tentarei corrigir nem dar ordens a
ninguém, a não ser a mim próprio.
Só por hoje, estabelecerei um programa
de ação. É possível que eu não o siga à risca, mas tentarei. Livrar-me-ei de
duas pragas: a pressa e a indecisão.
Só por hoje, dedicarei uma hora a mim
próprio para meditação e repouso. Durante este tempo, procurarei divisar uma perspectiva
mais clara de minha vida.
Só por hoje, não terei medo.
Especialmente, não hei de ter medo de apreciar a beleza e de acreditar que
aquilo que eu der ao mundo, o mundo me devolverá.
(Seleções – Fevereiro de 1954)
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