quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Confissões de uma Adolescente Rebelde



Verônica Rodrigues de Oliveira*

(Aluna da Escola Municipal Senador Alberto Pasqualini, de 1987)**

Eu quero poder fazer o que não se pode fazer.
Quero poder xingar!
Quero encher o saco
de quem me enche o saco!
Eu quero sair em meio a um temporal,
em pleno inverno!
Eu quero pisar numa poça d’água,
com toda força,
no meio da multidão.
Eu quero pisar no barro
com o meu tênis novo.
Eu quero fazer tudo o que é errado.
Eu quero brigar na rua!
Quero quebrar a cara de quem...
não vai com a minha cara!
E de quem já me fez sofrer
eu quero pagar na mesma moeda.
Quero mudar o mundo.
O meu mundo!
O seu mundo!
O nosso mundo de ilusão!
Eu quero botar para fora
o meu lado que nunca mostro,
a face que nunca exponho,
o rosto que escondo atrás de máscaras.
Eu quero mostrar que,
apesar de adolescente,
também sou gente!
Quero mostrar que também sou capaz.
Que sei fazer o que muita gente não faz!
Que faço o que muitos não querem fazer!
Vou mostra para toda essa gente...
Vou chamar a sua atenção!
Vou mostrar para essa multidão:
que sou capaz!
que sei fazer!
E que, apesar da minha rebeldia...
Eu juro!
Que vou vencer!
Porra!

*Quando corrigi essa redação, da aluna Verônica Rodrigues de Oliveira,  senti que daria um ótimo jogral. Quatro meninas invocadas colocando para fora toda a rebeldia de sua geração. Deu certo!

** Escola Municipal de Primeiro Grau, do bairro Restinga, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Nilo da Silva Moraes

Nenhum comentário:

Postar um comentário