segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Expressões populares brasileiras



NAS COXAS:

As primeiras telhas dos telhados nas casas aqui no Brasil eram feitas de argila, que eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho  e porte  físico,  as  telhas  ficavam  todas  desiguais  devido  as  diferentes tipos de coxas. Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.

CALCANHAR DE AQUILES:

De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.

VOTO DE MINERVA:

Orestes,  filho  de  Clitemnestra,  foi acusado pelo assassinato da mãe.  No julgamento, houve empate entre os acusados.  Coube à deusa Minerva o voto decisivo,  que  foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

CASA DA MÃE JOANA:

Na  época  do  Brasil Império,  mais  especificamente  durante  a  menoridade  do  Dom Pedro II, os homens que  realmente mandavam no país costumavam se  encontrar num  prostíbulo  do  Rio  de  Janeiro,  cuja  proprietária  se  chamava  Joana.  Como  esses homens  mandavam  e  desmandavam  no país,  a  frase  casa  da  mãe  Joana  ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

VÁ SE QUEIXAR AO BISPO:

Durante o Brasil Colônia, a fertilidade  de  uma  mulher  era  atributo  fundamental  para  o  casamento,  afinal,  a  ordem  era  povoar  as  novas  terras  conquistadas.  A  Igreja permitia  que, antes do casamento,  os  noivos  mantivessem  relações  sexuais,  única maneira  de  o  rapaz  descobrir  se a moça era fértil.  E  adivinha  o  que  acontecia  na maioria  das  vezes?  O  noivo  fugia  depois  da  relação  para  não ter que se casar.  A mocinha,  desolada,  ia  se  queixar  ao bispo, que mandava homens para capturar o tal espertinho.

CONTO DO VIGÁRIO:

Duas  igrejas  de  Ouro Preto  receberam  uma  imagem de santa como presente.  Para decidir  qual  das  duas  ficaria  com  a  escultura,  os vigários  contariam  com  a  ajuda  de  Deus,  ou melhor,  de  um  burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas.  A escolhida pelo quadrúpede  ficaria  com  a  santa.  E  foi  isso  que  aconteceu,  só  que,  mais  tarde, descobriram  que  um  dos  vigários  havia  treinado  o  burro.  Desse modo,  conto  do  vigário  passou  a  ser  sinônimo  de  falcatrua  e malandragem.

FICAR A VER NAVIOS:

Dom Sebastião,  rei  de Portugal,  havia morrido na batalha de Alcacer-Quibir,  mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na  morte  do  monarca.  Era  comum  as pessoas visitarem o  Alto  de  Santa Catarina,  em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

NÃO ENTENDO PATAVINAS:

Os portugueses encontravam uma enorme  dificuldade  de  entender  o que  falavam os frades  italianos  patavinos,  originários  de  Pádua,  ou  Padova,  sendo  assim,  não  entender patavina significa não entender nada.

DOURAR A PÍLULA:

Antigamente as farmácias  embrulhavam as  pílulas em papel dourado,  para  melhorar  os aspecto  do  remedinho  amargo.  A expressão dourar a pílula,  significa  melhorar a aparência de algo.

CHEGAR DE MÃOS ABANANDO:

Há muito tempo,  aqui no Brasil, era comum exigir que os  imigrantes  que  chegassem  para trabalhar nas terras  trouxessem  suas  próprias  ferramentas.  Caso  viessem  de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho.  Portanto,  chegar de mãos abanando é não carregar nada.

SEM EIRA NEM BEIRA:

Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes  que  conferiam  status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal  de  riqueza  e  de  cultura.  Não  ter  eira  nem  beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

ABRAÇO DE TAMANDUÁ:
Para capturar sua presa,  o tamanduá  se  deita  de  barriga  para  cima  e  abraça  seu inimigo.  O desafeto é então  esmagado pela força.  Abraço de  tamanduá é  sinônimo  de  deslealdade, traição.

O CANTO DO CISNE:

Dizia-se  que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer.  A  expressão  canto do cisne representa as últimas realizações de alguém.

ESTÔMAGO DE AVESTRUZ:

Define aquele que come de tudo.  O estômago  do  avestruz  é  dotado  de  um suco gástrico capaz de dissolver até metais.

LÁGRIMAS DE CROCODILO:

É uma  expressão  usada  para se referir ao choro fingido.  O crocodilo,  quando  ingere  um  alimento,  faz forte  pressão  contra  o  céu  da  boca,  comprimindo  as  glândulas lacrimais.  Assim, ele chora enquanto devora a vítima.

MEMÓRIA DE ELEFANTE:

O  elefante  lembra  de  tudo  aquilo  que  aprende,  por isso  é  uma  das  principais  atrações  do  circo. Diz-se  que  as pessoas que se recordam de tudo  tem memória de elefante.

OLHOS DE LINCE:

Ter olhos de lince significa  enxergar  longe,  uma  vez  que  esses  bichos têm  a  visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.

ENCRENCA:

Expressão  originária  dos  prostíbulos  na  Lapa do Rio de Janeiro que  é  o  português fonético  do  alemão  "eine  Kranke"  e  significa  "uma  doente"  que  era  usado  para  qualificar  as prostitutas portadoras de doença venérea.


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