sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Retrato infiel



De acordo com historiadores, a famosa pintura “O Grito do Ipiranga”, de Pedro Américo, pintura acima, retrata a Independência do Brasil de um jeito muito mais bonito do que foi na realidade. Conforme eles, existem evidências de que o quadro concluído em 1888 (66 anos depois da Independência ser proclamada), em Florença, na Itália, não teria retratado o que realmente aconteceu. E os erros seriam os seguintes:

Cavalos:

Dom Pedro I não estava utilizando cavalos. Na época, em viagens longas, se utilizavam jumentos e mulas.

Comitiva numerosa:

No máximo 14 soldados acompanhavam Dom Pedro I na viagem de São Paulo para o Rio.

Roupas:

Nem Dom Pedro I nem ninguém que o acompanhava estariam vestindo uniformes de gala.

Casa do grito:

O primeiro registro da casa que aparecia no fundo da pintura é de 1884, (exatos 62 após o grito da Independência).

Geografia:

O riacho do Ipiranga foi pintado por Américo no lugar errado.

Intruso:

O pintor da tela se autorretratou na obra, apesar de ter nascido muitos anos após a proclamação da Independência do Brasil.

Incidente de percurso:

O príncipe regente foi retratado com semblante de vitória, mas na verdade, estava sentindo fortes dores. Ele estaria com uma diarreia, o que, para muitos historiadores, foi causada pelo cansaço da longa viagem.

O quadro 

“Independência ou Morte”. Óleo sobre tela, 1888. 7,60 x 4,15 m. Acervo do Museu Paulista/USP.

Segundo Manuel Xavier de Vasconcellos Pedrosa, na composição da cena central da tela, Pedro Américo retratou os membros da comitiva que teriam testemunhado o episódio de 7 de setembro de 1822 às margens do Ipiranga. Seriam eles, da esquerda para a direita: Luis de Saldanha da Gama, secretário do príncipe; Manuel Rodrigues Jordão, político paulista; Antonio Leite Pereira da Gama Lobo, negociante de São Paulo e oficial de milícia; José Maria da Gama Freitas Berquó e Francisco Gomes da Silva, servidores do Paço; Paulo Bregaro, o emissário vindo do Rio de Janeiro; Antonio Ramos Cordeiro, oficial de milícia; Padre Belchior Pinheiro Ferreira que, 1826, escreveu o primeiro relato circunstanciado do evento; João Carvalho e João Carlota, criados do Paço.

Cabe lembrar, no entanto, que o artista produziu um cenário para destacar o ato que se celebrava e que as personagens não apresentam fisionomias definidas com clareza. À exceção de D. Pedro, todos os demais elementos, incluindo a natureza, ocupavam posição secundária, particularmente, as figuras colocadas à esquerda (o tropeiro e o homem pobre conduzindo o carro de bois), o que sugere uma concepção elitista da independência, como se o conjunto da sociedade não tivesse participado ou atuado nas decisões políticas àquela época.

Erros do quadro(?):

1. Embora no quadro Independência ou morte, de Pedro Américo, apareça Dom Pedro com uma comitiva, montado num cavalo, com aqueles trajes, o quadro tem uns exageros. Dom Pedro tinha acabado de se encontrar com sua amante Domitila de Castro. Ele viajava secretamente, por isso não poderia estar com uma grande comitiva e nem usando traje oficial.

2. D. Pedro não estava viajando a cavalo. Para viagens longas só era usado o burro.

P.S. Vi o quadro original no Museu Paulista/USP, numerados aparecem quase 15 personagens, até o autorretrato do próprio pintor, ao fundo, à direita.



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