sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Curiosidades gaúchas

Sobre churrasco, chimarrão, suas tradições,
folclore e comida típica.


Carreteiros por FCarlos

A História do Arroz Carreteiro

Os gaúchos carreteiros deixavam suas famílias e com a querência na mochila do carreteiro contendo, charque (carne seca) e arroz, eles rasgavam distâncias com suas carroças de boi, passando por estâncias e matas fechadas, abrindo-as com facões, machados e foices e nas horas de descanso era feito o almoço ou jantar o arroz carreteiro.

O que é M.T.G?

O M.T.G (Movimento Tradicionalista Gaúcho), que teve a sua primeira reunião realizada no dia 01/07/1954, com a participação no primeiro congresso do jovem Luís Carlos Barbosa Lessa, entre outros com a tese "O sentido e o Valor do Tradicionalismo". Até hoje existe este conselho que se reúne todos os anos com o objetivo de preservar as tradições gaúchas.

O que é C.T.G?

C.T.G (Centro de Tradições Gaúchas), possuem geralmente sedes festivas urbanas e sedes campeiras, tradicionalmente o galpão é rústico, onde são realizados, fandangos (bailes), saraus de prendas, cursos de culinária, bordados e tranças, seminários culturais, concursos de danças, declamações, cantos e contos, na Semana Farroupilha há rodeios e festas campeiras onde nunca faltam, um bom churrasco nem um bom chimarrão.

Sabores da bebida típica do Rio Grande do Sul


O mate ou chimarrão, bebida típica do gaúcho, é sempre feito e tomado em cuia proveniente do porongo. Porém, as mulheres utilizam também canecos de barro ou alouçados e cuias feitas de madeira para tomar mate doce. No Rio Grande do Sul só as mulheres que tomam mate com açúcar. Elas também apreciam o mate de leite. Em vez de água, a cuia com erva é enchida com leite quente, previamente preparado com açúcar, canela e erva-doce. O mate de leite é tornado de preferência à tarde, acompanhado de pão ou biscoitos, e oferecido a visitas íntimas - vizinhas e comadres.

O que é o “chiripá”?


O chiripá, peça tradicional da indumentária gaúcha até meados do Século XIX, tem dois “modelos” diferentes, cada um condizendo com as necessidades do homem do campo do Rio Grande do Sul. Uma vez que a história socioeconômica do Rio Grande do Sul, da Argentina e do Uruguai se desenvolveu de maneira semelhante, é possível encontrar o registro do uso do chiripá nessas três regiões.

O primeiro tipo é o chamado primitivo, e foi introduzido no cotidiano do gaúcho pela cultura indígena. Já o segundo é o chamado chiripá farroupilha, tendo em vista que teve amplo uso durante a Revolução Farroupilha.

O que é “pampa”?


Pampa (nome de origem quéchua), Campos do Sul ou Campos Sulinos, são termos genericamente dados à região pastoril de planícies com coxilhas. Abrange a metade meridional do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, ocupando cerca de 63% do território gaúcho, se estendem pelos territórios do Uruguai e pelas províncias argentinas de Buenos Aires, La Pampa, Santa Fé, Entre Ríos e Corrientes. No Brasil, o Pampa também é conhecido como Campos do Sul, Campos Sulinos ou Campanha Gaúcha.

Chimarrão e sua Origem


Mate amargo (sem açúcar) que se toma numa cuia de porongo por uma bomba de metal. Atribuem-se ao chimarrão propriedades desintoxicantes, particularmente eficazes numa alimentação rica em carnes.

A tradição do chimarrão é antiga. Soldados espanhóis aportaram em Cuba, foram ao México "capturar" os conhecimentos das civilizações Maia e Azteca, e, em 1536, chegaram à foz do Rio Paraguay. No local, impressionados com a fertilidade da terra às margens do rio, fundaram a primeira cidade da América Latina, Assunción del Paraguay.

Os desbravadores, nômades por natureza, com saudades de casa e longe de suas mulheres, estavam acostumados a grandes “borracheras” – porres memoráveis que muitas vezes duravam a noite toda. No dia seguinte, acordavam com uma ressaca proporcional. Os soldados observaram que tomando o estranho chá de ervas utilizado pelos índios Guaranys, o dia seguinte ficava bem melhor e a ressaca sumia por completo. Assim, o chimarrão começou a ser transportado pelo Rio Grande na garupa dos soldados espanhóis.

As margens do Rio Paraguay guardavam uma floresta de taquaras, que eram cortadas pelos soldados na forma de copo. A bomba de chimarrão, que se conhece hoje, também era feita com um pequeno cano dessas taquaras, com alguns furos na parte inferior e aberta em cima.

O comerciante Rômulo Antônio, dono da Casa do Chimarrão, em Passo Fundo, há mais de 20 anos, explica que os paraguaios tomam chimarrão em qualquer tipo de cuia. “Até em copo de geleia”, diz. São os únicos que também têm por tradição tomar o chimarrão frio... O “tererê” paraguaio pode ser tomado com gelo e limão, ou utilizando suco de laranja e limonada no lugar da água.

Antônio explica outras diferenças. Na Argentina e no Uruguai, a erva é triturada, ao contrário do Brasil, onde é socada. Nos países do Prata, a erva é mais forte, amarga, recomendada para quem sofre de problemas no fígado.

Origem da Bombacha


A época em que a bombacha começou a ser utilizada pelo gaúcho não é precisa. Existem várias versões para a sua origem. Uns afirmam que a bombacha foi introduzida por intermédio do comércio britânico na região do Rio da Prata, por volta de 1860, das sobras dos uniformes usados pelas forças coloniais, que copiavam as vestimentas dos povos conquistados. A bombacha seria, então, de origem turca, ou talvez espólio da Guerra da Crimeia (como sustenta uma outra versão). Há também uma versão que diz que, durante a Invasão Moura na Península Ibérica, a calça larga teria se incorporado ao vestuário do norte da Espanha, na região chamada “La Maragateria” e depois trazida para a América do Sul pelos maragatos durante a colonização. Portanto, ela teria origem árabe. Por fim, a última tese é de que a bombacha teria vindo com os habitantes da Ilha da Madeira. No Rio Grande do Sul, a vestimenta passou a ser utilizada inicialmente pelos mais pobres, no trabalho nas estâncias, logo após a Guerra do Paraguai, por causa da sua funcionalidade. Depois, passou a ser usada por todos.

A Canha


A destilação do suco fermentado da cana-de-açúcar é conhecida em várias partes do mundo, mas, no RS, alcançou destaque especial na região do Litoral Norte, sendo mais famosas as cachaças “azulzinha”, de Santo Antônio da Patrulha e a “marisqueira”, de Torres. Permitindo várias misturas, a canha é muitas vezes usada como remédio. Sempre se disse entre os gaúchos que canha tem de ser feita por “pelo-duro”, cerveja por “alemão-batata” e vinho por “gringo”.

Planta-se cana-de-açúcar de pouca variedade nas terras altas do litoral. A cana, quando madura, é moída em moinhos rústicos movidos a tração animal e o sumo espremido é chamado garapa, líquido verde, grosso, adocicado e espumoso. O líquido é deixado para fermentar até borbulhar. Isto posto, é colocado no alambique para ferver em temperatura ideal. O melhor alambique é o feito de cerâmica, mas o mais comum é o de cobre. A fumaça do líquido em ebulição escapa pela serpentina, refrigerada a àgua, e se condensa na forma de aguardente, a cachaça (C2H5OH - CH3-CH2-OH - Etanol). A primeira aguardente destilada é a mais forte de todas e é chamada “cachaça-de-cabeça”.

No Rio Grande do Sul é comum se fazer cachaça de abacaxi, de mandioca, de casca de uva (chamada graspa) e até de batata inglesa.

A origem do nome Farrapos


Muitos dos livros de história insistem na versão de que o nome “farrapos” ou “farroupilhas”, dado aos revolucionários gaúchos, teve origem nas roupas que estes vestiam ‒ gastas e esfarrapadas. No entanto, a verdade é bem outra. A denominação é, mesmo, anterior à Revolução Farroupilha, e era utilizada para designar os grupos liberais de ideias exaltadas.

Já, em 1829, eles se reuniam em sociedades secretas. Uma delas era a Sociedade dos Amigos Unidos, do Rio de Janeiro, cujo objetivo era lutar contra o regime monárquico. Desde então, eram chamados de farroupilhas. Segundo Evaristo da Veiga, o termo havia sido inspirado nos “sans culottes” franceses, os revolucionários mais extremados durante o período da Convenção (1792 a 1795). Os “sans culottes”, que literalmente quer dizer sem calção, usavam calças de lã listradas, em oposição ao calção curto adotado pelos mais abastados.

Outra versão insiste no fato de que o termo foi provavelmente inspirado nas roupas rústicas de um dos líderes dos liberais, Cipriano Barata que, quando em Lisboa, circulava pela cidade usando chapéu de palha e roupas propositadamente despojadas. Seja qual for sua origem, o termo já era aceito em 1831 como designação dos liberais exaltados que, nessa época, publicavam dois jornais no Rio de Janeiro: a Jurubeba dos Farroupilhas e a Matraca dos Farroupilhas.

No cenário político, os farroupilhas, reunidos num partido próprio – contrapondo-se aos conservadores, os caramurus – eram um dos grupos mais exaltados e defendiam ideias como a adoção de um regime republicano ou, ao menos, de um regime de federação, em que as províncias tivessem maior autonomia.

O partido farroupilha foi fundado no Rio Grande em 1832, por Luís José Alpoim, que participara, no Rio, das agitações populares de sete de abril de 1831, que resultaram na queda do Imperador. Desde o início, o partido teve atuação intensa. Em outubro de 1833, promoveu uma manifestação contra a instalação da Sociedade Militar (que congregava conservadores) em Porto Alegre.

O confronto entre liberais e conservadores era, no Rio Grande do Sul, particularmente acentuado. Aqui, os moderados não tinham nenhuma expressão, e por isso eram alcunhados de “chimangos” – caça com a qual não valia a pena se gastar chumbo. O apelido, a partir daí, se espalhou para todo o país.

(Do Blog do Centro Gaúcho da Bahia – CTG Rincão da Saudade)

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