Dentro de você moram Deusas, que
inspiram sua casa.
Apesar de viverem no Olimpo, as sete
grandes deusas gregas podem estar mais próximas de nós do que se imagina. Para
os terapeutas seguidores do psicólogo suíço Carl Gustav Jung, elas simbolizam
temas essenciais da alma feminina. Esposa exemplar, Hera se orgulha da casa. Ártemis
preside a natureza e, no amor ao jardim, expande sua liberdade. Afrodite aperfeiçoa junto ao espelho o
seu dom de encantar. Amantes de livros, Atena
personifica o intelecto. Deméter
assume o instinto maternal, consagrado ao redor do fogão. Perséfone, rainha dos mundos invisíveis, tece no quarto seus devaneios.
Héstia protege a chama do lar e
cultiva na lareira o coração de sua morada. Descubra a seguir com quais deusas
você e a sua casa mais se identificam.
Hera se realiza no esplendor de sua casa
Conhecida pelos romanos como Juno,
Hera é a filha mais velha de Crono e Reia, irmã de Zeus, Deméter e Héstia. Era
representada com um cetro ornamentado por um cuco porque, como diz a lenda,
Zeus, rei dos homens e dos deuses, transformou-se em um cuco para conquistar a
irmã. E deu certo: Hera aconchegou o pássaro entres os seios. Então, Zeus
recobrou a forma original e a pediu em casamento. Essa
primeira dama ancestral participou de todas as honras do monarca supremo. Além
do casamento, a deusa cuida da riqueza e do poder. Em toda esposa dedicada vive
uma Hera.
Ártemis aprecia a liberdade e a natureza
Irmã gêmea de Apolo, Ártemis é
chamada pelos romanos de Diana, a caçadora, a deusa lunar. Ajudou a própria
mãe, Latona, no parto do irmão. O ato simboliza uma solidariedade presente nas
feministas contemporâneas. Ártemis pediu ao pai, o todo-poderoso Zeus, que lhe
desse um arco, flechas e uma túnica curta para caçar as feras. Atendida, passou
a reinar sobre os bosques, acompanhada de um cão e muitas ninfas. Viver ao ar livre
é a grande satisfação de Ártemis.
Deméter cuida dos outros e alimenta
A Ceres dos romanos é a deusa do
cereal, que ensinou os homens a cultivar o trigo e a fazer o pão. Desesperou-se
com rapto da filha, Perséfone, e se queixou a Zeus, pai da jovem. Não obteve
resposta e vagou por nove dias e nove noites. Enquanto sofria a ausência da
filha, a terra ficou estéril. Então, Zeus mandou Hermes, o deus mensageiro,
resgatar Perséfone. Com o reencontro da mãe e filha, a terra cobre-se de
flores: eis o mito da primavera.
Perséfone é introspectiva e sensível
Perséfone (ou Prosérpina) era
chamada Cora quando jovem. A filha de Deméter e Zeus colhia flores no campo
quando um narciso perfumado a atraiu. Perséfone o tocou, a terra se abriu e o
deus Hades a raptou para o seu reino: as profundezas da terra. Enquanto
aguardava ser resgatada, a deusa comeu sementes de romã, o que a vinculou
eternamente a Hades e ao mundo subterrâneo. Porém, uma vez por ano, na
primavera, a deusa volta à superfície da terra para ficar com a mãe. O mito
remete a uma mulher voltada para a vida interior.
Afrodite espalha beleza e seduz
Nascida na espuma das ondas,
Afrodite, a Vênus dos romanos, é a deusa do amor. Ganhou o título de “a mais
bela” quando prometeu ao mortal Paris o amor de Helena, que, raptada, provocou
a histórica Guerra de Troia. A deusa sempre foi disputada por seus inúmeros
apaixonados. Ao tentar salvar Adônis do enciumado Ares, o deus da guerra
disfarçado em javali, Afrodite pisou no espinho de uma roseira. Seu sangue
transformou as rosas brancas em vermelhas.
Atena valoriza racionalidade e estratégia
Filha poderosa de um pai onipotente,
Atena (Minerva, para os romanos) é a deusa da guerra, das ciências e das artes
e inspira o trabalho artesanal. Foi concebida quando Zeus devorou Métis, ou a
Prudência. Gerada no cérebro do soberano do Olimpo, Atena nasce quando Zeus
pede a Hefesto, deus da forja, que lhe dê um golpe de machado na cabeça. Além
de sábia, a deusa é justa: o voto de Minerva (Atena) desempatava questões entre
deuses e homens.
Héstia protege o fogo e zela pela família
Deusa do fogo, simbolizado pela
lareira, Héstia recebeu dos romanos o nome de Vesta. Era cultuada nos templos
de todos os deuses e na casa de todos os mortais através da manutenção da chama
eterna. Héstia representa o lar e zela pela manutenção das virtudes familiares.
Aparece em obras de arte com vestidos simples, levando uma tocha na mão
direita. Retraída, vivia isolada dos conflitos entre deuses e humanos e por
isso há poucas histórias de Héstia na mitologia.
Zeus
(Texto da Revista
Casa Cláudia – maio de 1999)
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