A origem da expressão que tem Santo Antônio o seu
padroeiro
Por Márcio Cotrim
Como se sabe, é estar com muita
pressa. Mas, para entender a origem da expressão, melhor apelar para a
“metafísica” e contar um pouquinho da história de Santo Antônio, conhecido como
santo casamenteiro – tão festejado na
deliciosa canção junina de Lamartine Babo que começa assim: “Eu pedi numa oração / ao querido São João /
que desse um matrimônio / São João
disse que não / São João disse que não / isso é lá com Santo Antônio”.
Nascido em Lisboa em 1195, Antônio viveu
grande parte da vida no convento de Arcella, em Pádua, na Itália. Segundo
consta, lá ocorreu o maior de seus milagres. Fazia ele um sermão quando,
sobrenaturalmente, soube que seu pai havia sido condenado e já estava a caminho
da forca. Antônio pôs a mão na fronte, transportou-se espiritualmente para
Lisboa, defendeu o pai perante o tribunal e conseguiu absolvê-lo.
Para seus ouvintes em Pádua, a impressão
foi apenas de um instante de silêncio em que o pregador parecia buscar palavras
e ideias. Mal sabiam eles que acabara de ocorrer miraculoso desdobramento de
personalidade. Anos depois, o episódio serviria como prova para a canonização
de Antônio.
É, não se fazem mais milagres como
antigamente...
Revista “Língua Portuguesa” – número 21 – 2007
P.S. Na Basílica de Santo
Antônio, em Pádua, na Itália, num relicário, está a língua do santo. A língua
de Santo Antônio não se decompôs, apenas mudou de cor, ficando um pouco marrom,
mesmo depois de oito séculos. É uma das relíquias mais conhecidas e veneradas
da Igreja Católica.
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