Desenho de Seth
DA RODA AO PAGODE
SAMBA-DE-RODA
Muito parecido com a roda de capoeira, é a raiz do samba brasileiro e está registrado na
Unesco como patrimônio da humanidade. Surgiu entre os escravos na Bahia por
volta de 1860 e logo desembarcou também no Rio de Janeiro. O samba-de-roda,
como a dança, começa devagar e se torna cada vez mais forte e cadenciado -
sempre acompanhado por um coro para repetir o refrão. Várias canções do estilo
têm versos sobre o mar e as tradições africanas.
AVÔ DO RECO-RECO
Além de batuques na palma das
mãos, os escravos batiam um garfo num prato (desenho abaixo), obtendo um som semelhante ao do
reco-reco (desenho acima) - instrumento que dá força ao samba.
SAMBA DE BREQUE
Um dos primeiros estilos nascidos no
Rio, foi criado no final dos anos 20 em botecos da cidade. No meio do samba
rolavam "paradinhas" onde o cantor falava uma frase ou contava uma
história. Um dos mestres foi Moreira da Silva. O ritmo é mais picadinho - ou
"sincopado", como dizem os músicos -, mas a marca registrada é mesmo
a parada repentina. Daí o nome "samba de breque". Quase sempre conta
uma história engraçada, de um tiroteio entre malandros à história de um gago
que se apaixonou...
FLAUTA
O samba de breque foi o primeiro
estilo a incorporar a flauta como instrumento de samba. Ela ajuda a deixar o
ritmo mais orquestrado.
PARTIDO-ALTO
Na década de 1930, o partido-alto se
popularizou nos morros cariocas. Entre um refrão e outro, os músicos criavam
versos na hora, quase como repentistas. As antigas festas de partido-alto
chegavam a durar dias! A partir dos anos 70, Martinho da Vila virou um músico
marcante do estilo. A principal característica é a improvisação. O partido-alto
se mantém, principalmente, pelo jogo de palavras encaixadas no momento certo. O
estilo trata de temas do cotidiano, e sempre com o maior bom humor.
SURDO
O surdo entrou de vez na roda com o
partido-alto. Tocado com a mão ou com a baqueta, ele define a pulsação da
música. É o "coração do samba".
SAMBA-ENREDO
Na década de 1930, quando surgiram os
primeiros desfiles de escolas de samba no Carnaval do Rio, nasceu o
samba-enredo. No início, os músicos improvisavam dois sambas diferentes: um
para a ida e outro para a volta na avenida onde as escolas desfilavam. Com o
passar dos anos, o samba-enredo ganhou uma batida mais acelerada que outros
sambas - o que ajuda as escolas a desfilarem no tempo previsto. A partir dos
anos 80 a
coisa mudou, mas, até então, samba-enredo só abordava a história oficial do
Brasil.
CUÍCA
Com o som de uma "voz
grunhindo", foi uma das novidades das baterias das escolas. A função da cuíca é mais complementar, dando um tempero extra ao samba.
Outra cria dos botecos cariocas,
o samba-canção apareceu na virada dos anos 30 para os 40. Logo ficou famoso
como "samba de fossa", perfeito para ouvir após um pé na bunda... Cartola
e Noel Rosa fizeram grandes músicas do estilo. A batida mais lenta e cadenciada
do samba-canção lembra bastante o bolero, outro ritmo musical que fazia sucesso
nos anos 40. Em geral, as canções falam de desilusão amorosa - de amores não
correspondidos às piores traições!
PANDEIRO
Desde a origem do samba o
pandeiro estava presente, mas no samba-canção ele ganhou mais importância,
marcando o ritmo da música no lugar do surdo.
BOSSA NOVA
Cansados da fossa do samba-canção,
alguns compositores decidiram fazer músicas sobre temas mais leves no final dos
anos 50. Nascia a bossa nova. Mestres como Tom Jobim e João Gilberto faziam um
samba bem diferente, com grande influência do jazz. Com construções musicais
mais "complexas", a bossa nova tem o chamado "violão gago",
tocado num ritmo diferente do da voz e dos outros instrumentos. O assunto
preferido eram as belezas da vida, da praia às mulheres, é claro!
VIOLÃO
O símbolo da bossa nova foi mesmo o
violão -além do banquinho... Usado em quase todos os estilos de samba, é um dos
responsáveis pela melodia e harmonia da música.
PAGODE
O pagode que hoje faz sucesso pintou
como estilo de samba na década de 1980, no Rio, com cantores como Jorge Aragão
e Zeca Pagodinho. Nos anos 90, em
São Paulo , ficou mais "comercial" - com direito até
a coreografia dos músicos - e explodiu nas rádios. O pagode dos anos 80 era
muito influenciado pelo partido-alto. Já na década seguinte passou a ter uma
pegada mais lenta e romântica. Nos anos 80, o principal era a vida na
comunidade; nos 90, as letras românticas.
TECLADO
Nos hits mais modernos, entraram na
dança instrumentos eletrônicos, como teclados e sintetizadores - para desgosto
dos sambistas mais tradicionais...
COMPLETANDO A BATERIA
Conheça outros
instrumentos importantes para um bom batuque
TANTÃ
Mais fino que o surdo, também marca o
ritmo. Em geral, é tocado com a palma das mãos, sem que os dedos encostem na
membrana.
TAMBORIM
Tocado com uma vareta de bambu,
não marca necessariamente o ritmo do samba, mas traz um som agudo para o
batuque.
CAVAQUINHO
Tem papel semelhante ao do
tamborim: deixa o som mais agudo. Mas faz isso na melodia do samba, e não na
batida rítmica.
(Do Blog Mundo
Estranho)
Muito Show.......... o Samba é reconhecido em qualquer parte do Mundo. Quem ouve e toca samba se adapta a qualquer estilo.
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