Ir à praia é parte fundamental da
cultura brasileira: o hábito motiva turismo, estilos musicais, modas de verão.
Mas nem sempre foi assim. Em resposta a nosso leitor, uma historiadora conta
quando a praia começou a ser um lugar de lazer e de banho no Brasil.
Por: Andrea Marzano*
O antigo píer de
Ipanema, registrado em 1970 (foto: Renato Soldon).
No século 18, médicos britânicos
revelaram propriedades terapêuticas da água salgada. No século seguinte,
portadores de diversas enfermidades, seguindo recomendações de doutores
britânicos e franceses, recorriam aos banhos de mar.
A vinda da família real acabou
trazendo esse costume para as praias brasileiras. Em 1810, D. João VI tomava
banhos regulares na praia do Caju, no Rio de Janeiro, para curar um ferimento.
O exemplo do rei animou novos adeptos, gerando o surgimento de casas de banho
na cidade.
No século 19, a presença de imigrantes
europeus contribuiu decisivamente para a disseminação, ainda bastante restrita,
dos banhos de mar nas cidades brasileiras. No entanto, as praias centrais eram
frequentemente sujas, além de não oferecerem proteção contra a curiosidade
alheia. Nas praias do Centro do Rio de Janeiro, por exemplo, escravos
despejavam barris de excrementos provenientes das residências onde serviam.
Em fins dos anos 1910, o sucesso
crescente dos banhos de mar provocou o surgimento de postos de salvamento em
Copacabana, embora até o início dos anos 1920 a praia do Flamengo fosse a mais
frequentada da cidade.
*Andrea Marzano
Departamento de História,
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)
Departamento de História,
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)
Copacabana antiga
Copacabana anos 40
Copacabana 1956
Muito interessante, não sabia que tudo começou assim,eu tive o privilégio de conhecer praias belíssimas.
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