Livros recusados pelos editores,
listados pelo (também) editor André Bernard para o livro Rotten Rejections, a Liberty
Companion (Rejeições terríveis, um
companheiro literário). A jornalista Kátia
Canton destacou da lista.
Þ Melloy and Malone Dies, de Samuel
Beckett (1951): “Não há por que considerar sua publicação; o mau gosto do
público americano não coincide com mau gosto da vanguarda francesa.”
Þ Poesias, de Emily Dickinson
(1862): “Nauseante – as rimas estão todas erradas!”
Þ Madame Bovary, de Gustave
Flaubert (1856): “O senhor enterrou sua história sob uma enorme pilha de
detalhes, que são bem escritos, mas verdadeiramente supérfluos.”
Þ Torrentes da primavera, de Ernest
Hemingway (1926): “Seria de um extremo mau gosto, para não dizer extrema
crueldade, publicar isso.”
Þ O amante de lady Chatterley, de D. H. Lawrence (1928): “Pelo seu próprio bem, nem tente publicar
isso!”
Þ O fio da navalha, de W. Somerset Maugham (1944): “Não acho bem-feito para o tipo de coisa a que se
propõe, além de pouca gente gostar desse tipo de coisa... a maior parte da
longa discussão da filosofia de vida do autor é tediosa.”
Þ Moby Dick, de Herman
Melville (1851): “Sinto muito dizer que nossa opinião é unanimemente contra
o livro... ele é inadequado ao mercado juvenil... É muito longo, fora de
moda...”
Þ O espião que veio do frio, de John
Le Carré (1963): “Bem-vindo a Le Carré – ele não tem futuro algum!”
Þ Lolita, de Vladimir Nabokov
(1955): “Deveria ser, e provavelmente foi, contado a um psiquiatra... nauseante
mesmo para um freudiano iluminado... Recomendo que seja enterrado sob uma
pedra, por mil anos.”
Þ A revolução dos bichos, de George
Orwell (1945): “...o que se precisa não é de mais comunismo, mas sim de
porcos mais espirituosos...”
Þ Labirinto da solidão, de Octavio
Paz (1962): “Este livro não tem interesse para o público americano. Foi
feito para mexicanos...”
Þ Em busca do tempo perdido, de Marcel
Proust (1913): “Caro companheiro, eu posso estar ´morto do pescoço para
cima´, mas não entendo a necessidade de se gastar 30 páginas para descrever
como ele se vira na cama antes de pegar no sono...”
Þ Homem e Super-homem, de Bernard
Shaw (1905): “Ele nunca será popular...”
Þ Ida, de Gertrude Stein
(1941): “Sou apenas um, um, apenas um. Apenas um ser, um. Não dois, não três,
apenas um. Apenas uma vida para viver, apenas 60 minutos numa hora. Apenas um
ser... Não posso ler seu manuscrito três ou quatro vezes, Nem apenas uma vez.
Nem uma cópia posso vender. Nenhuma. Nenhuma.”
Þ O retrato de Dorian Gray, de Oscar
Wilde (1891): “Contém elementos desagradáveis.”
Þ Os dublinenses, de James
Joyce foi, antes recusado por 22 editores e, depois, cravejado de balas e
queimado por um leitor.
Críticos e críticas
Espetáculo ruim para Barbara Heliodora Carneiro é aquele
definido por Billy Wilder: você
começa a ver e três horas depois olha para o relógio e vê que só passaram dez
minutos.
Título do livro de Jean Baudrillard, em 1977: Esquecer Foucault. Comentário de Foucault:
- Esquecer Foucault? Difícil vai ser lembrar de
Baudrilard.
Álvaro
Lins discordava de outros críticos sobre Machado de Assis:
- O pessimista é ele ou os
otimistas somos nós?
Guimarães
Rosa tinha um álbum em que colava os artigos publicados a seu respeito. Os
que eram contra, de pernas para o ar.
Mundano, devasso, frívolo e inconsequente.
Esta era a fama de Marcel Proust,
quando os originais chegaram à editora. O editor, André Gide, mandou devolvê-los, sem ao menos ler.
Eram a primeira parte de Em busca do tempo perdido.
“Papel de parede, em estado
embriônico, é ainda mais bem-feito do que esta marinha.”
O comentário é do crítico Louis Leroy sobre o quadro Impressão – Sol Levante, de Claude Monet, de 1872, que inspirou o
termo impressionismo.
Jorge
Luis Borges conta esta, que soube por De
Quincey. Durante uma discussão teológica ou literária, atiraram um copo de
vinho na cara de um tal Handerson. Sem perder a calma, este Handerson disse:
- Isto, senhor, é uma
digressão. Espero seu argumento.
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