O embarque
Às 14h22min de 16 de setembro de 1944, a artilharia da Força
expedicionária Brasileira (FEB) abriu fogo pela primeira vez na Segunda Guerra
Mundial. O destacamento liderado pelo general Zenóbio da Costa, que obedecia ao
comando geral do marechal Mascarenhas de Moraes, havia substituído na noite
anterior as tropas norte-americanas posicionadas na linha de frente em
Vada-Ostedalettoe, no Norte da Itália. Zenóbio da Costa tinha recebido ordens
de avançar em direção a Massarosa, onde os brasileiros foram recebidos como
heróis – a cidade foi libertada pelo 1° e 2°
batalhões do 6°
Regimento de Infantaria da FEB.
Naquele momento, a Segunda Guerra
Mundial começava de fato para o Brasil. A campanha duraria a ter a rendição
alemã, em 8 de maio de 1945, e ocuparia 25.445 brasileiros, afastados de suas
famílias, amores e amigos. Nesse período, a FEB venceu oito batalhas – a
principal e mais famosa: a de Monte Castelo – e capturou 14.779 soldados
inimigos, 80 canhões, 1.500 viaturas e 4 mil cavalos. No caminho, 456
brasileiros morreram em combate e outros 2.722 foram feridos.
Na verdade, para muitas famílias, a guerra
começou um pouco antes, no momento em que filhos, maridos e amigos embarcaram
rumo ao conflito. O primeiro contingente da FEB partiu do Rio de Janeiro com.
5.379 homens no domingo, 2 de julho de 1944, com destino a Nápoles. O
transporte das tropas foi feito pelo USS General
Mann, escoltado pelos destróieres brasileiros Marcílio Dias, Mariz e Barros e Greenhalgh. Quase três meses
depois, mais 11 mil homens (2° e 3° escalões da FEB) partiram do Brasil na sexta-feira, 22
de setembro do mesmo ano.
Dois escalões, o 4° e
o 5° foram enviados à Itália em 23 de novembro de
1944 (4.976) e 8 de fevereiro de 1945 (5.128 homens), respectivamente. Nesse
meio tempo, o 1°
Grupo de Aviação de Caça brasileiro, comandado pelo major-aviador Nero Moura,
chegou à Itália em 6 de outubro de 1944, depois de um longo período de
treinamento com pilotos norte-americanos no Panamá e nos Estados Unidos. A
primeira missão foi em 31 de outubro do mesmo ano, quando o capitão Pamplona
voou como ala de uma esquadrilha norte-americana. Durante todo esse tempo,
milhares de famílias brasileiras rezavam pelos seus e lhes escreviam carta.
Artilharia brasileira
(Do livro “Cartas do
Front – Relatos emocionantes da vida na guerra”,
de Andrew Carroll)
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