3 de novembro de 1932
– 6 de maio de 2016
Ídolo do Inter, Larry
Pinto de Faria morre aos 83 anos
Ex-jogador atuou no
clube entre 1954 e 1961
Morreu o ex-atacante do Inter Larry Pinto de
Faria. O ex-jogador e ex-deputado estadual tinha 83 anos e faleceu devido a uma
pneumonia. Larry deixou a mulher, Maria Luiza, os filhos Marcelo, Larry Júnior
(que foi diretor de futebol do Inter, em 1996) e Zilda Maria, além de seis
netos e uma bisneta.
Larry estava com pneumonia desde
dezembro do ano passado, quando foi internado na Santa Casa. Desde o dia 29 do
último mês, estava no Santa Clara. Às 6h15min desta sexta, o ex-jogador teve
uma parada cardíaca e morreu. A direção do Inter ofereceu a Capela Nossa
Senhora das Vitórias, no Beira-Rio, para velar o ex-atacante. O velório
acontecerá das 15h desta sexta às 15h de sábado. O funeral acontecerá às 16h de
sábado no Crematório Metropolitano Saint Hilaire, em Viamão. A bandeira
colorada no estádio está a meio mastro, e já foi enviado o pedido à Federação
Gaúcha de Futebol para realizar um minuto de silêncio antes da final do Gauchão
no próximo domingo, contra o Juventude.
Fluminense de Nova Friburgo, Larry
Pinto de Faria foi um dos grandes atacantes da história do Inter. Formou o
ataque do segundo Rolo Compressor, nos anos 1950, ao lado de Bodinho. Juntos,
eles estão entre os maiores goleadores do clube. Larry é o sexto artilheiro do
Inter, com 176 gols, enquanto que Bodinho é o segundo, com 244 gols – o principal goleador do clube é Carlitos,
com insuperáveis 485 gols vestindo vermelho.
Larry começou a carreira no
Fluminense. Jogou lá de 1951 até 1954, sem grande destaque, quando foi emprestado
ao Inter. Veio para Porto Alegre para criar raízes, fazer gols e para não mais
sair da cidade. Defendeu o Inter até 1961.
Em 1959, ainda como atacante
colorado, foi eleito vereador pela União Democrática Nacional (UDN). Em 1962,
já aposentado do futebol, candidatou-se a deputado estadual, ficando na
primeira suplência. Larry assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa em
1964, com a saída de Poty Medeiros. Ao final do mandato, voltou a ser eleito
vereador por mais três gestões. Foi secretário do Meio Ambiente e da Indústria
e Comércio, durante a gestão de Guilherme Socias Villela, entre 1975 e 1983.
Jogador com estilo elegante e
técnico, que preferia o drible em vez de a trombada com os zagueiros – em um
tempo no qual o centroavante era quase obrigado a trombar com os defensores
para ser bem quisto pela torcida –, Larry conquistou o coração dos colorados
logo em seu primeiro Gre-Nal: o de 1954, no festival de inauguração do Estádio
Olímpico. A histórica goleada por 6
a 2 teve Larry como o autor de quatro gols. Um feito até
hoje único nos clássicos.
– Ligou para falar do Gre-Nal de
54?* – costumava perguntar Dona Maria Luiza, viúva de Larry, quando atendia o
telefone no apartamento do casal, no Menino Deus.
(Texto jornal Zero
Hora)
*Gre-Nal de 28 de setembro de
1954, ano da inauguração do Estádio Olímpico. O Internacional ganhou de 6 X 2,
com Larry fazendo 4 gols, Jerônimo e Canhotinha, com 1 gol cada um. Pelo Grêmio
marcaram Sarará e Zunino. O jogo foi apitado pelo árbrito do Rio de Janeiro
Mário Vianna.
Fotos de Larry
Bodinho, à esqueda; Larry, à direita, tabelando no Olímpico.
Time campeão de 1955*
Em pé: Oreco,
Florindo, Lapaz, Lindoberto, Odorico e Mossoró;
Agachados: Luizinho,
Bodinho, Larry, Jerônimo e Chinesinho.
P.S. O time do primeiro Gre-Nal que assisti na minha vida,
nos Eucaliptos, em 1955, eu com 10 anos.
Nilo da Silva Moraes
Larry, um fã e Bodinho num jogo em Lajeado-RS*
*No início deste mês, quando
morreu o craque colorado Larry Pinto de Faria (1932-2016), o nosso leitor Carli
Reinoldo Rucker resgatou de seu arquivo pessoal uma foto feita por seu pai há
quase seis décadas. Albano Rucker era fotógrafo em Estrela, e, quando o Inter
foi jogar em Lajeado, em 1958, ele fez questão de levar ao estádio, além da
câmera, seu filho de nove anos de idade. Albano não poderia perder a
oportunidade de fotografar o filho ao lado da dupla de atacantes que mais
infernizava os adversários naquela época. E, assim, o garoto Carli, hoje um
senhor de mais de 60 anos, posou ao lado de Larry (esquerda) e Bodinho (Nílton
Coelho da Costa, 1928-2007), para a imagem histórica. Quando vejo fotos como
essa, penso sempre na indiferença de grande parte dos jogadores de hoje com os
torcedores. Mesmo alguns que não têm a metade do futebol que Larry e Bodinho
tiveram transitam com seus fones nas orelhas sem dar ouvidos ou sequer um aceno
aos “meninos” (torcedores de todas as idades), de cuja paixão dependem o
futebol e os altos salários que muitas vezes recebem sem merecer. Muita
máscara, muita tatuagem, e, infelizmente, pouca sensibilidade, especialmente
para com os pequenos.
(Do Almanaque Gaúcho
de Zero Hora)
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