terça-feira, 12 de julho de 2016

Assim começou o povoamento da Bahia...

Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos. Está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária. Sentença de1587, Trancoso, Portugal.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

SENTENÇA PROFERIDA EM 1587 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)


“Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou.

*de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos;

*de cinco irmãs teve dezoito filhas;

*de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas;

*de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas;

*de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas;

*dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas.

Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres”.

Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres.

Acusam-lhe ainda, dois ajudantes de missa, infantes menores, que lhe foram obrigados a servir de pecados orais completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior.

[agora vem o inesperado]

“El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na Vila da Baía de Salvador como colaborador de povoamento português. El-Rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo”.

Meus caros manos. Não sintam inveja! O “pobre” prior não tinha TV, Internet, nem mesmo rádio. Entendam que naquela época a concorrência praticamente não existia. Com tanto “rabo de saia”, desfilando na frente e tanto mato ao redor, não há prior que aguente.

Chamou-me atenção, ora, pois, dentre os vários nomes pelos quais “aquilo” é conhecido: vaso nefando. Vivendo e aprendendo... Cuidado: Vaso nefando de bêbado não tem dono!

(Do Blog O Povo On Line)


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