sábado, 30 de julho de 2016

Mário Quintana 110 anos




“Que horas são?”

Comecei a escrever este poema
às 12h23min de 12 de agosto de 1974.
Os pesquisadores não querem outra vida.
Eles morrem por dados
– mal sabem que a vida é um incerto
e implacável jogo de dados...
E eu tanto que desejava que minha
biografia terminasse de súbito
simplesmente assim:
“Desaparecido na batalha de Itororó!’
(Desaparecido? Meu Deus,
quem sabe se ainda estarei vivo?!)

***

“Amigos não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológicos...
Porque o tempo é uma invenção da morte
não o conhece a vida – a verdadeira –
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira”.


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