Símbolo de Asclépio Símbolo de Hermes
O SÍMBOLO DA MEDICINA: TRADIÇÃO E HERESIA*
Joffre M. de Rezende
Prof. Emérito da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Goiás
da Universidade Federal de Goiás
O valor de um símbolo
não está em seu desenho,
mas no que ele representa.
mas no que ele representa.
Dois símbolos têm sido usados
ultimamente em conexão com a medicina: o símbolo de Asclépio, representado por
um bastão tosco com uma serpente em volta e o símbolo de Hermes, chamado caduceu,
que consiste em um bastão mais bem trabalhado, com duas serpentes dispostas em
espirais ascendentes, simétricas e opostas, e com duas asas na sua extremidade
superior.
Ambos os símbolos têm sua origem na mitologia grega; o de
Asclépio, deus da medicina, é o símbolo da tradição médica; o de Hermes, deus
do comércio, dos viajantes e das estradas, foi introduzido tardiamente na
simbologia médica.
Na
mitologia grega, Asclépio é filho de Apolo e da ninfa Coronis. Foi criado pelo
centauro Quiron, que lhe ensinou o uso de plantas medicinais. Tornou-se um
médico famoso e, segundo a lenda, além de curar os doentes que o procuravam,
passou a ressuscitar os que ele já encontrava mortos, ultrapassando os limites
da medicina. Foi por isso fulminado com um raio por Zeus. Após a sua morte, foi cultuado como deus da
medicina, tanto na Grécia, como no Império Romano.
Em várias esculturas
procedentes de templos de Asclépio greco-romanos, o deus da medicina é
sempre representado segurando um bastão com uma serpente em volta, o qual se
tornou o símbolo da medicina.
Não há unanimidade de opiniões entre os historiadores da medicina sobre o simbolismo do
bastão e da serpente. As seguintes interpretações têm sido admitidas:
Em relação ao bastão:
* Árvore da vida, com o seu ciclo de morte e renascimento.
* Símbolo do poder, como o cetro dos reis.
* Símbolo da magia, como a vara de Moisés.
* Apoio para as caminhadas, como o cajado dos pastores.
Em relação à serpente:
* Símbolo do bem e do mal, portanto, da saúde e da doença.
* Símbolo do poder de rejuvenescimento, pela troca periódica da pele.
* Símbolo da sagacidade.
* Ser ctônico que estabelece a comunicação entre o mundo subterrâneo e a
superfície da Terra; elo entre o mundo visível e o invisível.
As serpentes não venenosas (Elaphe
longissima) eram preservadas nos lares e templos da Grécia não só por seu
significado místico como pelo seu fim
utilitário, já que devoravam os ratos.
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