domingo, 17 de julho de 2016

Os símbolos da Medicina



                   Símbolo de Asclépio         Símbolo de Hermes


O SÍMBOLO DA MEDICINA: TRADIÇÃO E HERESIA* 

Joffre M. de Rezende 
Prof. Emérito da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Goiás

          O valor de um símbolo não está em seu desenho,
mas no que ele representa.

Dois símbolos têm sido usados ultimamente em conexão com a medicina: o símbolo de Asclépio, representado por um bastão tosco com uma serpente em volta e o símbolo de Hermes, chamado caduceu, que consiste em um bastão mais bem trabalhado, com duas serpentes dispostas em espirais ascendentes, simétricas e opostas, e com duas asas na sua extremidade superior. Ambos os símbolos têm sua origem na mitologia grega; o de Asclépio, deus da medicina, é o símbolo da tradição médica; o de Hermes, deus do comércio, dos viajantes e das estradas, foi introduzido tardiamente na simbologia médica.

Na mitologia grega, Asclépio é filho de Apolo e da ninfa Coronis. Foi criado pelo centauro Quiron, que lhe ensinou o uso de plantas medicinais. Tornou-se um médico famoso e, segundo a lenda, além de curar os doentes que o procuravam, passou a ressuscitar os que ele já encontrava mortos, ultrapassando os limites da medicina. Foi por isso fulminado com um raio por Zeus. Após a sua morte, foi cultuado como deus da medicina, tanto na Grécia, como no Império Romano.

Em várias esculturas procedentes de templos de Asclépio greco-romanos, o deus da medicina é sempre  representado  segurando  um bastão com uma serpente em volta, o qual se tornou o símbolo da medicina. 

Não há unanimidade de opiniões entre os historiadores da medicina sobre o simbolismo do bastão e da serpente. As seguintes interpretações têm sido admitidas:

Em relação ao bastão:

* Árvore da vida, com o seu ciclo de morte e renascimento.
* Símbolo do poder, como o cetro dos reis.
* Símbolo da magia, como a vara de Moisés.
* Apoio para as caminhadas, como o cajado dos pastores.

Em relação à serpente:

* Símbolo do bem e do mal, portanto, da saúde e da doença.
* Símbolo do poder de rejuvenescimento, pela troca periódica da pele.
* Símbolo da sagacidade.
* Ser ctônico que estabelece a comunicação entre o mundo subterrâneo e a superfície da Terra; elo entre o mundo visível e o invisível.

 As serpentes não venenosas (Elaphe longissima) eram preservadas nos lares e templos da Grécia não só por seu significado místico como pelo seu fim utilitário, já que devoravam os ratos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário