O filho quer dormir e pede ao pai
(engenheiro) para contar uma história, e ele conta a dos três porquinhos.
‒ Meu Filho, era uma vez
três porquinhos, P1, P2 e P3, e um Lobo Mau, por definição, LM, que os vivia
atormentando.
P1 era
sabido e já era formado em Engenharia.
P2 era arquiteto e vivia em fúteis
devaneios estéticos, absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos.
P3 fazia
Estilismo e Moda na ECA.
LM também era um megainvestidor
imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn
(porquinhos), visto que o terreno era de boa conformidade geológica e
configuração topográfica, localizado próximo à Granja Viana.
Mas, nesse promissor perímetro, P1
construiu uma casa de tijolos, sensata e logicamente planejada, toda protegida
e com mecanismos automáticos.
Já P2 montou uma casa de blocos
articulados feitos de mogno, que mais parecia um castelo lego.
Enquanto P3 planejou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e
isopor como fundamentos, uma cabana com teto solar, e achava aquilo “o máximo”.
Um dia, LM
foi até a propriedade dos suínos e disse, encontrando P3:
‒ Uahahhahaha, corra, P3,
porque vou gritar e vou gritar e chamar o CREA para denunciar sua casa de
isopor e palha projetada por um formando em Comunicação e Expressão Visual!
Ao que P3 correu para sua amada cabana, mas, quando chegou lá, os fiscais do CREA já havia posto tudo abaixo.
Então P3
correu para a casa de P2.
Chegando lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando:
‒ Abra essa porta, P2, ou
vou gritar, gritar e gritar e chamar o Greenpeace para denunciar que você usou
madeira nobre de áreas não-reflorestadas e areia de praia
para misturar no concreto.
Antes que P2 alcançasse a porta, esta
foi posta abaixo por uma multidão ensandecida de ecochatos maconheiros que
invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pixando e
entoando palavras de ordem.
Ao que segue, P3 e P2 correram para a
casa de P1. Quando chegaram à casa de P1, este os recebe, e os dois caem
ofegantes na sala de entrada.
P1: ‒ O
que houve?
P2: ‒ LM destruiu nossas casas e desapropriou os terrenos.
P3: ‒ Não temos para onde ir. E
agora, que eu farei? Sou apenas um formando em Estilismo e Moda!
Enquanto
isto, LM grita:
LM: ‒ P1, abra essa porta e
assine este contrato de transferência de posse de imóvel, ou eu vou gritar e
gritar e chamar os fiscais do CREA em cima de você! E, se for preciso, até
aquele tal de CONFEA.
Como P1 não abria (apesar da
insistência covarde do porco arquiteto e do... do... estilista), LM chamou os
fiscais. Quando estes lá chegaram, encontraram todas as obrigações e taxas
pagas e saíram sem nada arguir. Então, LM gritou e gritou pela segunda vez, e
veio Greenpeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era
ecologicamente correta.
Cansado e esbaforido, o vilão lupino
resolveu agir de forma irracional (porém supercomum nos contos de fada).
Ele, pessoalmente, escalou a casa de
P1 pela parede, subiu até a chaminé e resolveu entrar por esta para invadi-la. Mas, quando ele pulou para dentro da chaminé, um dispositivo instalado por P1,
ativou uma catapulta que impulsionou com uma força de 33.300 N (Newtons) LM
para cima com uma inclinação de 32,3 em relação ao solo.
Este subiu aos céus, numa trajetória
parabólica estreita, alcançando o ápice, onde sua velocidade vertical chegou a
zero, a 1.200 metros do chão.
Agora, meu filho, antes que você
pegue num repouso gostoso e o papai te cubra com este edredom macio e quente,
admitindo que a gravidade vale 9,8 m/s, calcule:
a) a massa
corporal do lobo;
b) o deslocamento no eixo 'x'
do lobo, tomando como referencial a chaminé;
c) a velocidade de queda de LM quando
este tocou o chão (considere o atrito pela resistência do ar).
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