domingo, 11 de setembro de 2016

Sobre árvores




A árvore da serra

Augusto dos Anjos

‒ As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

‒ Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
‒ Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh´alma!...

‒ Disse ‒ e ajoelhou-se, numa rogativa:
“Não mate a árvore, pai, para que eu viva!”
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

As Árvores e o Machado



  Esopo

Um homem foi à floresta e pediu às árvores, para que estas lhe doassem um cabo para o seu machado novo. O conselho das árvores então concorda com o seu pedido, e lhe dá uma jovem árvore para este fim.

E logo que o homem coloca o novo cabo no machado, começa furiosamente a usá-lo, e em pouco tempo, já havia derrubado com seus potentes golpes, as maiores e mais nobres árvores daquela floresta.

Um velho Carvalho, observando a destruição à sua volta, comenta desolado com um Cedro seu vizinho:

‒ O primeiro passo significou a perdição de todas nós. Se tivéssemos respeitado os direitos daquela jovem árvore, também teríamos preservado os nossos, e poderíamos ficar de pé ainda por muitos anos.

Moral da História:

Quem menospreza seu semelhante,
não deve se surpreender se um dia lhe fizerem a mesma coisa.


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